Dados do Trabalho
TÍTULO
Cesariana em CTI por pré-eclâmpsia grave e COVID-19: um relato de caso.
CONTEXTO
A pré-eclâmpsia (PE) é um distúrbio progressivo multissistêmico, caracterizado pela hipertensão, geralmente acompanhado por proteinúria e/ou disfunção de órgão-alvo decorrente de disfunção vascular materna e placentária. Isso fortalece a hipótese de que o estado hiperinflamatório na COVID-19 possa estar associado a lesão por hipóxia na placenta e desenvolvimento da PE. A seguir é relatado um caso de uma paciente com grave infecção por SARS-CoV2 e desenvolvimento de PE grave levando ao desfecho gestacional com 28 semanas em unidade de terapia intensiva.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
R.A.M, 36 anos, IG 27 semanas e 2 dias, procura pronto atendimento no dia 20/02/2021 com queixas de náuseas e vômitos. Refere tosse, anosmia e ageusia com início há 6 dias. Durante o atendimento queixa-se de dispneia aos esforços. Ao exame físico, apresentava SatO2 de 94% em ar ambiente, com a piora da saturação, optou-se pelo início de oxigenoterapia em óculos nasal à 4L/min. Teste rt-PCR SARS-CoV2 na internação positivo. Em enfermaria, apresentou PA 170x80 mmHg e SatO2 de 89% em uso de máscara de Hudson à 11L/min, relação proteinúria/creatininúria de 0,85. Controle pressórico manejado com anti-hipertensivos. Após sucessivos episódios de dessaturação, mesmo com O2 à 15L/min, houve a transferência para CTI e no dia 24/02 paciente foi intubada após importante piora. Ainda sob sedação, no dia 26/02 é submetida a cesárea de emergência por pré-eclâmpsia grave, SARA e alterações em provas de gravidade, em leito próprio da CTI, devido à instabilidade da paciente. RN vivo, APGAR 2/7. Sulfato de magnésio mantido durante 24 horas, com boa evolução pós-operatória e alta do ponto de vista obstétrico no dia 28/02/2021. Paciente seguiu com manejos clínicos com permanência em CTI até 12/04/2021. Após o parto, paciente apresentou melhora do quando hipertensivo, recebendo alta hospitalar no dia 29/04/2021 com seu RN.
COMENTÁRIOS
Paciente previamente hígida, gestante, apresenta infecção por SARS-CoV2 e desenvolve PE grave durante internação para manejo clínico de SARA. Sabe-se que o parto é o tratamento curativo para a evolução da pré-eclâmpsia. Logo, é possível levantar a hipótese que o desenvolvimento da PE aumenta a incidência de prematuros e baixo peso ao nascer em mulheres grávidas COVID-19 positivas.
PALAVRA CHAVE
pré-eclampsia; coronavírus; covid, gestação
Área
OBSTETRÍCIA - Doenças Infecciosas
Autores
Vinícius dos Santos Conejo, Lívia Aniz Vieira, Rita de Cassia Borges Chapon, Georgia Guedes Cruz, Filipi Miguel Pietroski, Cibele Borges Mendonça, Belkiss Sperandio de Sa