59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Gasometria do cordão umbilical e necessidade de internação em UTI neonatal: fator prognóstico?

OBJETIVO

Avaliar o papel da gasometria do cordão umbilical ao nascimento como fator preditor para necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal.

MÉTODOS

Coorte histórica de recém nascidos(RNs) entre 2011 e 2019 de um hospital terciário. Somente gestações únicas foram incluídas. Realizada comparação de valores de ph e excesso de bases de gasometria do cordão umbilical e necessidade de internação em UTI neonatal. Elaboração de curva ROC de sensibilidade e especificidade de pH da gasometria e do APGAR no quinto minuto para internação em UTI neonatal.

RESULTADOS

15871 RNs foram incluídos. A média de idade gestacional no parto foi de 39 semanas ( DP± 2), peso ao nascimento de 3300g ( DP± 300g), APGAR no primeiro minuto de 9 (± 1), pH de 7,20 (± 0,10), excesso de bases de -4,10 (± 3,00). 67,1% nascidos de parto vaginal e 1450 com necessidade de internação em UTI neonatal. A gasometria de cordão umbilical não se correlacionou ao escore APGAR do nascimento (p>0,05). Gasometria de cordão umbilical não foi preditor de internação em unidade de terapia intensiva neonatal(p>0,05). APGAR no quinto minuto do nascimento apresentou maior sensibilidade e especificidade para necessidade de internação em UTI neonatal com área sob a curva ROC de 0,86 (versus 0,68 de pH de cordão umbilical).

CONCLUSÕES

Apesar das alterações na gasometria de cordão umbilical estarem associadas a piores desfechos neonatais como óbito e encefalopatia neonatal, as medidas de pH e excesso de bases ao nascimento não foram preditores de necessidade de internação em UTI neonatal. Já o parâmetro clínico do escore de APGAR se correlacionou a necessidade de internação e cuidados intensivos. Além de afecções hipoxêmicas, outras patologias neonatais, com repercussão clínica e necessidade de terapia intensiva podem contribuir para este resultado. Dessa forma, é importante frisar a importância da avaliação clínica perinatal e aliá-la ao achado laboratorial para melhor planejamento do cuidado do recém nascido. Mais estudos são necessários para avaliar como a gasometria de cordão umbilical deve ser empregada para o manejo obstétrico a fim de melhorar desfechos materno fetais.

PALAVRA CHAVE

gasometria de cordão umbilical, APGAR, desfecho neonatal, internação neonatal, assistência obstétrica

Área

OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral

Autores

Lina Rigodanzo Marins, José Geraldo Lopes Ramos, Marcelo m Matias, Sergio Hoffmeister de Martins Costa

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