59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

ACURÁCIA DE EXAMES DIAGNÓSTICOS DE ACRETISMO PLACENTÁRIO: UM RELATO DE CASO

CONTEXTO

A associação de placenta prévia com acretismo placentário aumenta com o número de partos cesáreas e cirurgias uterinas prévias, idade avançada e multiparidade¹. O espectro de placenta acreta está associado com maior morbimortalidade materna e neonatal e por isso, o manejo adequado requer um diagnóstico pré-natal preciso².

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

V.C.C, 42 anos, G4P2(C)A1, acompanhada em ambulatório de pré-natal de alto risco devido à placenta prévia e sangramento vaginal intermitente, diabetes mellitus tipo 2 mal controlado, polidrâmnio e pré-eclâmpsia leve. Ultrassonografia obstétrica de março/2021 revelou placenta de inserção corporal anterior e lateral esquerda, recobrindo totalmente o orifício interno do colo e sinais de acretismo placentário. Após 15 dias, novo ultrassom confirmou os achados anteriores e a ressonância magnética de pelve complementar corroborou o diagnóstico de placenta prévia total, porém, sem sinais de acretismo placentário. O laudo radiológico ainda salientou a moderada sensibilidade da ressonância para confirmação diagnóstica do acretismo. No ato da cesariana realizada em 10/mai/2021, com 36,2 semanas, foi levantada hipótese de acretismo e observada área de descolamento de 20% da placenta. Exame anatomopatológico da placenta conseguinte, evidenciou face materna com área de laceração medindo 14x12cm, infarto placentário, trombose intervilosa e de vasos coriais.

COMENTÁRIOS


O desafio do caso reside no diagnóstico pré-natal acurado de placenta acreta uma vez que podem haver divergências entre os exames diagnósticos. Em estudos publicados sobre o tema, a ultrassonografia é indicada como exame inicial de rastreio por apresentar elevada sensibilidade, enquanto a ressonância é útil na definição diagnóstica pela elevada especificidade e valor preditivo positivo.³ Os achados da ressonância compatíveis com acretismo incluem o contorno placentário irregular, bordas arredondadas, abaulamento uterino, bandas intra-placentárias com hipossinal em T2 ou vascularização elevada na interface placenta-miométrio. No caso em questão, os achados intraoperatórios e os exames ultrassonográficos eram compatíveis com placenta acreta, enquanto a ressonância e o anatomopatológico não confirmaram a hipótese diagnóstica.
Conclui-se que os métodos diagnósticos para os distúrbios de inserção placentários necessitam maior eficiência a fim de permitir melhor planejamento da assistência obstétrica, via de parto, preparo transfusional e das medidas de segurança que conferem redução da mortalidade materna.

PALAVRA CHAVE

Placenta; Acretismo placentário; Exames diagnósticos;

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco

Autores

Aline Silva Lima, Marcela Belo Dalvi, Carolina Loyola Prest Ferrugini, Mariana Conceição da Luz, Lucas da Silva Ramos, Gabriel Moulin Siqueira, Flávia Dantas Loss Honorato, Laíssa Fiorotti Albertino

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