59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Caso gemelar monocoriônica e diamniótica com síndrome da transfusão feto-fetal do tipo polidrâmnio-oligoidrâmnio

CONTEXTO

Síndrome de Transfusão Feto-fetal (STFF) é caracterizada ultrassonograficamente pela combinação de polidrâmnio em uma bolsa amniótica e oligoidrâmnio na outra, e é uma das mais letais complicações perinatais, com taxas de mortalidade entre 80 e 100%, se não tratada. A STFF afeta cerca de 10 a 15% das gestações gemelares monocoriônicas e também causa prejuízos cardíacos e neurológicos no desenvolvimento dos fetos sobreviventes. A STFF ocorre com maior frequência no segundo trimestre de gravidez. O diagnóstico da STFF assenta no achado ecográfico de uma discrepância de volume do líquido amniótico entre os dois sacos amnióticos em uma gravidez.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Mulher, 27 anos, G4A2C1, encaminhada com suspeita de STFF e ruprema com 23 semanas de gestação. Devido a suspeita de ruprema é iniciado protocolo de antibioticoterapia e solicitado ultrassom (US) obstétrico que demonstra gestação gemelar monocoriônica - diamniótica com discordância de 17% de peso entre os fetos. Polidrâmnio no âmnio 1 e oligoidrâmnio no âmnio 2. Estádio I de Quintero.Paciente foi internada para acompanhamento de gestação.
Após 1 semana novo US morfológico com doppler, que evidenciou uma quantidade aumentada de líquido amniótico no âmnio 1 (MBV 1: 10,00) e mínima no âmnio 2 (MBV 2: 0,5), hipertrofia de paredes ventriculares no feto 1, sugerindo hipertrofia por circulação hiperdinâmica e períodos de de bradicardia no feto 2. Crescimento fetal no percentil 65 (F1) e de percentil 95 (F2).
Paciente seguiu com acompanhamento de US, com 26 semanas com melhora em relação ao último USG. mnio 2 com melhora para MBV de 2,9. Crescimento fetal com percentil 64 (F1) e 7 (F2). Com 26+5 semanas é repetido a USG e observa-se um âmnio com MBV de 8,0. Com o doppler das 27 semanas o padrão de normalidade foi atingido com MBV 1 de 6,0 e MBV 2 de 2,7 com tendência ainda ao desequilíbrio. Em todas as US o Estádio I de Quintero foi mantido.
Paciente segue em acompanhamento com realização de US obstétricos, cardiotocografias fetais diariamente, protocolo de antibioticoterapia para ruprema, sintomáticos e planejamento de interromper gestação na trigésima semana de gestação se a situação fetal estiver favorável.

COMENTÁRIOS

A cada 1 em 7 gestações mono-diaminóticas são afetadas pela STFF, sendo assim é essencial o diagnóstico precoce da corionicidade para um acompanhamento intenso e para observação do possível desenvolvimento para STFF.

PALAVRA CHAVE

síndrome da transfusão feto-fetal;

Área

OBSTETRÍCIA - Medicina Fetal

Autores

Tasmine Andiara Scharf, Eloisa Fritsche, André Luiz Cezar, Ranieri Alvin Stroher Junior, Julio Cesar Gastaldi Girrulat da Costa, Juliana Amaral da Silva Zaro Vendrusculo, Luiz Eduardo Mendes Zanis

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