59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Hérnia diafragmática congênita em paciente portadora de Diabetes Mellitus Gestacional.

CONTEXTO

O Diabete mellitus gestacional (DMG) é definido como qualquer grau de intolerância à glicose com início durante a gravidez, tal condição está relacionada à maior mortalidade materno-fetal e está implicada em diversos eventos adversos durante a gravidez, dentre os quais as anomalias congênitas. Um ambiente hiperglicêmico tanto para a mãe como para o feto, acarreta em maior estresse oxidativo, aumentando as chances de tais anomalias. O risco de malformações congênitas é 10 vezes maior em mulheres com DM pré-gestacional, tanto o tipo 1 quanto o tipo 2, quando comparado com o da população geral.
A hérnia diafragmática congênita (HDC) representa cerca de 8% das anomalias congênitas, é um raro defeito de desenvolvimento do diafragma, caracterizado pela herniação do conteúdo abdominal para o tórax, que resulta em vários graus de hipoplasia pulmonar e hipertensão pulmonar. Quando ocorre no período antenatal torna possível o diagnóstico intrauterino e com isso o planejamento cirúrgico.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Gestante, 29 anos, em acompanhamento no pré-natal de alto risco desde o 1º trimestre, em decorrência de DMG (controlada) e feto com HDC à direita, com herniação de parte do fígado para a cavidade torácica. Tentativa de cirurgia intrauterina no 2º trimestre, mas sem sucesso. Demais exames do pré-natal normais.
Com 29 semanas de gestação apresentou ruprema em pequena quantidade que foi aumentando de intensidade até cessar, foi internada, recebendo ampicilina + azitromicina + betametasona. Após 9 dias de internação paciente evoluiu com dor e contrações, associado a movimentação fetal intensa, na ocasião medicada escopolamina. 2 horas depois paciente inicia trabalho de parto. Ao nascimento RN deprimido, Apgar 3/4/6, sendo intubado em sala de parto e transferido para UTI neonatal.
Admissão UTI neonatal, RN em estado grave, cianótico e saturando 55%, recebeu tratamento de suporte, com saturação máxima em 88%, contudo inconstante. Foi comunicado à família sobre o prognóstico e gravidade do caso. Familiares instruíram a não realizar medidas de reanimação, RN evoluiu para óbito 2 dias após o nascimento.

COMENTÁRIOS

A HDC continua sendo uma condição desafiadora. A ultrassonografia realizada durante a gestação identifica até 60% das HDC, oferecendo uma oportunidade de tratamento precoce, no caso descrito optou-se pela cirurgia intrauterina no 2º trimestre, mas sem sucesso. Em decorrência da ruprema, novas cirurgias tornaram-se inviáveis.

PALAVRA CHAVE

Hérnia diafragmática congênita;

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco

Autores

Tasmine Andiara Scharf, Eloisa Fritsche, André Luiz Cezar, Ranieri Alvin Stroher Junior, Julio Cesar Gastaldi Girrulat da Costa, Diogo Moraes Silva, Luiz Eduardo Mendes Zanis

Adicione na sua agenda: AppleGoogleOffice 365OutlookOutlook.comYahoo