59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Impacto dos níveis de atividade física nos desfechos gestacionais

OBJETIVO

Relacionar os níveis de atividade física e os desfechos adversos maternos fetais.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo observacional transversal, realizado no período de agosto a dezembro de 2020. A amostra foi composta de puérperas primigestas maiores de 18 anos, o instrumento utilizado para entrevista foi um questionário de atividade física para gestante (QAFG) oriundo do Preqnancy Physical Activity Questionnaire (PPAQ), adaptado a população brasileira, considerando em cada questão, o tempo gasto de cada atividade, representada por METS; dividiu-se as pacientes em 4 grupos: sedentárias, que praticaram atividade física leve, moderada ou vigorosa, de acordo com o resultado do questionário. Os desfechos primários analisados foram: via de parto, ganho de peso gestacional, prematuridade, peso do recém-nascido, Doença Hipertensiva da Gestação (DHG), Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) e UTI neonatal. No cálculo de razão de chance (RC) ajustado, utilizou-se o intervalo de confiança (IC) de 95%. As pacientes moderadas foram utilizadas como grupo padrão. Os fatores de confusão adotados foram: idade, tabagismo, alcoolismo e outras drogas.

RESULTADOS

Os grupos foram compostos por puérperas sedentárias (n=76/15,4%), pacientes que praticaram atividades leves (152/30,9%), moderadas (202/41,0%) e vigorosas (n=62/12,6%). Quanto as características maternas, houve diferença quanto a idade, classificação do IMC, atividade remunerada, escolaridade e tabagismo. Nas características do recém-nascido não houve diferença significativa. No cálculo de razão de chance ajustado, adotou-se o grupo de pacientes moderadas como padrão a fim de analisar o impacto causado por esse nível de atividade física em relação aos desfechos estudados. Para as pacientes sedentárias, observou-se aumento da chance de desenvolvimento da Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) (RC=2,113 IC95% 1,059-4,217) e ocorrência de UTI neonatal (RC=3,408 IC95% 1,155-10,051). Já, para os grupos de atividade leve e vigorosa, não houve impacto significativo, quando comparadas ao grupo de atividade moderada.

CONCLUSÕES

Na gestação de primigestas, as pacientes sedentárias apresentaram o dobro de chance de desenvolver diabetes mellitus gestacional (DMG) e o triplo de chance de internação em UTI neonatal; enquanto que a prática de atividade fisica leve e vigorosa não houve influência, quando comparadas com as pacientes da prática moderada.

PALAVRA CHAVE

Atividade física; Gestação; Exercício físico; Desfechos maternos fetais.

Área

OBSTETRÍCIA - Multidisciplinar

Autores

Carla Christina Renzo, Antônia Aparecida Deluca Oliveira, Rodrigo Ribeiro Silva, Tassiana Cristina Martins Grabovski, Leonardo Souza Carvalho, Jean Carl Silva, Sebastian Michael Strauch

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