59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

GESTAÇÃO GEMELAR DICORIÔNICA DIAMNIÓTICA COM RUPREME ÀS 27 SEMANAS: MANEJO CONSERVADOR DO GEMELAR B

CONTEXTO

A gemelaridade é um fator que determina uma gestação como sendo de alto risco, já que há significativamente maiores chances de complicações materno-fetais. Dentre as principais intercorrências está a ruptura prematura de membranas ovulares pré-termo, entidade responsável por 30 a 40% dos partos pré-termo e por 20% da mortalidade perinatal em geral, sendo que seu manejo pode variar entre ativo ou conservador.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

LFCL, 32 anos, primigesta gemelar (dicoriônica e diamniótica), 27 semanas e 1 dia, pré-natal sem intercorrências, sem comorbidades. Dá entrada com bolsa rota há 30 minutos acompanhada de contrações rítmicas dolorosas. Ao exame: dilatação total, feto A cefálico em período expulsivo - Feto A nascido às 11:22, 880 gramas, apgar 1-3-6 (reanimado com compressões cardíacas + adrenalina). Cordão umbilical do feto A foi clampeado e placenta foi mantida intraútero. As contrações cessaram espontaneamente após expulsão do feto A. A bolsa amniótica do feto B mantinha-se íntegra. Optado por conduta expectante: sulfato de magnésio, corticoterapia, antibioticoprofilaxia, tocólise via oral e monitorização intermitente da vitalidade fetal. Às 22h do dia seguinte, as contrações se intensificaram, bolsa do feto B rompida. Feto B nascido às 22:42, 990 gramas, apgar 6-8 (submetido a 1 ciclo de ventilação com pressão positiva com boa resposta). Dequitação das placentas sem intercorrências. Curetagem uterina puerperal. Puérpera recebeu alta 48 horas após o nascimento do segundo feto. O gemelar A teve baixa resposta ao uso de surfactante em decorrência de doença da membrana hialina grosseira, teve hemorragia peri-intraventricular grau III, apresentou instabilidade clínica importante nos dias seguintes e foi a óbito com 5 dias de vida. Já o gemelar B teve melhor resposta ao uso de surfactante (membrana hialina mais tênue), sendo possível a extubação, hemorragia peri-intraventricular grau 1 e segue internado na unidade de terapia intensiva neonatal sendo manejado quanto às demais complicações da prematuridade.

COMENTÁRIOS

Mediante ao status de nascimento dos gemelares e de sua evolução clínica, pode-se inferir que o uso de corticoide antenatal e o uso de sulfato de magnésio para neuroproteção tiveram impacto significativo na melhoria do quadro de saúde do feto B. Assim, o manejo conservador das roturas prematuras de membranas pré-termo se faz importante para melhoria de prognóstico fetal na ausência de sinais de instabilidade materno-fetal.

PALAVRA CHAVE

Gemelaridade; Ruptura prematura de membranas, manejo conservador

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco

Autores

Luana Fatima Ramos, Renan Fernando Dagostin Ferreira Alves, Helena Maria Amorim de Souza Lobo, Afonso Clemer Tosin Lopes, Amauri do Rosário, Mariana Cavalcanti Pedrosa, Leonardo Normanha Benedetti, Cecilio Toniolo Neto

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