59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

MANEJO CLÍNICO E NUTRICIONAL NA PALIAÇÃO DE ADENOCARCINOMA ENDOMETRIÓIDE DE ENDOMÉTRIO – RELATO DE CASO

CONTEXTO

Tratamentos paliativos, no contexto da irreversibilidade de alguns quadros, se apresentam como fundamentais no manejo de sinais e sintomas, necessários ao conforto e manutenção da qualidade da sobrevida dos indivíduos. Dito isso, a diarreia persistente pode desencadear ou agravar um quadro de desnutrição que prejudica o tratamento antineoplásico, comprometendo também a qualidade de vida.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente do sexo feminino, 55 anos, com diagnóstico de Adenocarcinoma Endometrioide de endométrio grau IV e invasão metastática de bexiga, intestino e vagina. Em 2019, foi abordada cirurgicamente para realização de histerectomia ampliada, além de retossigmoidectomia, amputação de reto, colectomia segmentar e confecção de ileostomia. Nesse ano, apresentou recidiva local, além de fistula retovaginal, sendo necessária a realização de 10 sessões de radioterapia. Após decisão de equipe multidisciplinar e familiar, o seu investimento se tornou paliativo. Todavia, apresenta múltiplas internações, devido quadro de diarreia persistente. No último internamento, apresentou risco nutricional elevado e baixa aceitação alimentar, além de perda de peso de 6% em período <1 mês, configurando quadro de desnutrição aguda, apesar de IMC de obesidade (32kg/m2). Durante todo o internamento hospitalar, apresenta baixa aceitação dietética, além de recusar Suporte Nutricional Oral (SNO), por referir piora do quadro, mesmo após uso de SNO oligomérico, utilizado para tratamento diarreico. Laboratorialmente, apresentou quadro de anemia megaloblástica, sendo um agravante dos fatores que possam prejudicar seu quadro geral, conflitando o cuidado paliativo. Desse modo, foram prescritas medicações para manejo clínico: loperamida, omeprazol, escopolamina, morfina, vitamina B1 e ácido fólico. Além disso, dieta via oral, de baixo resíduo, isenta de leite, em 6 refeições ao dia, visando o conforto. Paciente evoluiu com melhora do quadro diarreico, voltando ao padrão normal de ileostomia. A coleta de dados foi realizada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, nº 2.877.855.

COMENTÁRIOS

Frisa-se que a dieta de baixo resíduo é pobre e deve ser temporária, todavia o quadro mais urgente era o controle de função evacuatória, vide suas consequências. Com isso, reforça-se a importância da individualidade de cada paciente, pois as recomendações científicas são gerais, mas os indivíduos são únicos, requerendo olhar especial, sobretudo no investimento paliativo.

PALAVRA CHAVE

Câncer de endométrio; Tratamento paliativo; Multidisciplinar

Área

GINECOLOGIA - Multidisciplinar

Autores

José Reginaldo Alves de Queiroz Júnior, Jarson Pedro Costa Pereira, Lilian Andrade Solon, Letícia Sabino Santos, Raquel de Arruda Campos Benjamim, Claúdia Porto Sabino Pinho Ramiro, Aline Rafaelly Apolônio Silva, Agostinho Sousa Machado Júnior

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