59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Inserções de DIU pós-parto imediato em adolescentes na maternidade pública: resultados clínicos em 12 meses.

OBJETIVO

Os objetivos deste estudo foram avaliar a aceitação, expulsão, satisfação, continuidade, complicações e a taxa de falha relacionadas ao uso do DIU inserido no pós-parto imediato de adolescentes atendidas em um hospital público.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo no hospital público HMU-SBC no período de 2016 a 2017 onde ocorreram 8043 partos envolvendo 1710 adolescentes entre (10-19 anos) sendo que 294 aceitaram a inserir o DIU T Cu 380 A nos primeiros 10 minutos após a dequitação placentária pós-parto vaginal ou cesárea no hospital público no período de 2016 a 2017. Todas as inserções DIUPPI foram feitas por médicos residentes sob a supervisão direta de um preceptor experiente. No dia da alta médica receberam um pedido de ultrassonografia (USG) transvaginal a ser realizada cerca de 40 dias pós-parto e uma consulta de retorno agendada. Paciente no 1º retorno foi orientada a retornar com 6 meses e com 12 meses para novas avaliações. Os desfechos primários do estudo foram as taxas de aceitação, expulsão, continuidade com 12 meses e satisfação com o método. Os desfechos secundários foram as taxas de sangramento, dor, infecção, perfuração e de nova gravidez.

RESULTADOS

A taxa de aceitação entre as adolescentes foi de 17,2% (294/1710). Cerca de 29% das adolescentes (84/294) compareceram no retorno ambulatorial seis semanas pós-parto, a maioria (76/84) havia realizado a USG de controle. Na consulta de retorno de 6 e 12 meses depois do parto 91 (30,9%) adolescentes compareceram. Destes (74,5%) eram nulíparas e (71,1%) tiveram parto vaginal. A incidência de expulsão foi de 28,6% (26/91) nas adolescentes que fizeram acompanhamento ao longo do primeiro ano. A maioria das expulsões (53,8%) ocorreu até 42 dias após o parto. As taxas de expulsão dos DIUPPI nas adolescentes que tiveram parto vaginal e parto cesárea foram 46,2% e 7,7%, respectivamente (p < 0,001). Isso representa um risco relativo de expulsão em média 6,51maior (IC 95% 1,64 – 25,80) nas adolescentes que colocaram o DIUPPI após parto vaginal. A taxa de continuidade do DIU no período de um ano foi de 69,2% (63/91). A taxa de satisfação com o método foi de 86% (54/63). Não houve nenhum caso de infecção, perfuração ou gravidez entre as adolescentes que permaneceram com o DIU in loco até o final do primeiro ano.

CONCLUSÕES

A inserção do DIU TCu 38 A em adolescentes pós dequitação placentária é uma alternativa efetiva e segura, sendo necessário ações para garantir o seguimento efetivo destas adolescentes.

PALAVRA CHAVE

Adolescente, contracepção feminina, contracepção reversível de ação prolongada, dispositivo anticoncepcional intrauterino, período pós-parto

Área

GINECOLOGIA - Contracepção

Autores

SILVANA APARECIDA GIOVANELLI, Cristina Aparecida Falbo Guazzelli, Maria Regina Torloni

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