Dados do Trabalho
TÍTULO
SÍFILIS CONGÊNITA: ANÁLISE DE INTERNAÇÕES NO BRASIL NA ÚLTIMA DÉCADA
OBJETIVO
O estudo tem como objetivo analisar os dados em relação às internações por sífilis congênita no Brasil durante a última década, visto que a patologia é um problema de saúde pública, acometendo cerca de 1 milhão de gestações por ano em todo o mundo.
MÉTODOS
Estudo descritivo e retrospectivo sobre o número de internações por sífilis congênita no Brasil nos anos de 2010 a 2020. Os dados foram obtidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). As variáveis utilizadas foram número de internações, unidade de federação, sexo, faixa etária e raça. Não foi necessário aprovação do Comitê de Ética, pois trata-se de um estudo de banco de dados público.
RESULTADOS
A partir dos dados analisados, constatou-se, no Brasil, um total de 127.232 internações por sífilis congênita na última década. A região com maior número de internações foi a Sudeste com 48.768 internações (38,32%); em seguida, a Nordeste com 44.385 (34,88%) e a Sul com 14.507 (11,4%). As regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram 14.047 internações (11,04%) e 5.525 internações (4,34%), respectivamente. Do total de internações, 52,13% eram do sexo feminino (66.327 internações) e 47,86% eram do sexo masculino (60.905 internações). A faixa etária com mais internações foi a de menores de 1 ano de idade, representando 97,78% do número total; em seguida, a partir dos 20 anos (1,1%) e de 1 a 9 anos (0,5%). Jovens entre 10 e 19 anos representaram o menor número de internações, com 416 no total (0,3%). Em relação a raça, houve um predomínio de internações de pacientes de raça parda - 47.378 (37,23%) -, em comparação à branca - 23.468 internações (18,44%) - e a negra - 2.099 internações (1,64%). Os indígenas apresentaram o menor número de internados por sífilis congênita, com 133 notificados na última década.
CONCLUSÕES
A partir do estudo, infere-se que houve uma prevalência de internações na região Sudeste, sendo o sexo feminino o mais acometido. Ao encontro do esperado, o maior número de internações foi abaixo de 1 ano de idade e as internações por sífilis congênita tardia foram de menor monta. Uma vez que a maioria dos casos se desenvolve porque a mãe não realizou pré-natal ou realizou tratamento insuficiente para a sífilis antes ou durante a gravidez, políticas públicas de prevenção e tratamento são fundamentais para diminuir o número de casos e, consequentemente, de internações.
PALAVRA CHAVE
Sífilis congênita; epidemiologia; internações.
Área
OBSTETRÍCIA - Doenças Infecciosas
Autores
Bruna Zanatta de Freitas, Eduardo Cattapan Piovesan, Déborah Glimm, Elisa Presotto Costacurta, Francisco Costa Beber Lemanski, Silvane Nenê Portela, Laura Paggiarin Skonieski, Gabriela Kohl Hammacher