59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

TRIAGEM PARA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO CUIDADOS ÀS PUÉRPERAS COM TESTE RÁPIDO POSITIVO PARA SÍFILIS

OBJETIVO

Descrever os resultados da aplicação de teste de triagem para violência doméstica em puérperas com diagnóstico de sífilis gestacional, o seu perfil epidemiológico e os desfechos materno-fetais da doença, em um hospital periférico do Distrito Federal.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo caso-controle descritivo transversal com coleta de dados clínicos e aplicação do questionário Abuse Assessment Screening, versão validada para português, para rastreamento de violência contra a mulher durante a gestação. Os critérios de inclusão foram puérperas com teste rápido positivo para sífilis no momento da admissão do Centro Obstétrico. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética sob o CAAE:30520620.7.0000.5553 e as pacientes preencheram o termo de consentimento livre e esclarecido. Em caso de adolescentes, os responsáveis concordaram com a participação da menor e as pacientes preencheram o termo de assentimento. Foram critérios de exclusão a recusa em participar do estudo, o não preenchimento dos termos de consentimento ou assentimento e os questionários com informações incompletas ou parcialmente respondidas. Os dados foram coletados por meio de formulários online e processados na linguagem de programação Python, onde, utilizando-se das bibliotecas open source, pandas e matplot, os gráficos foram gerados.

RESULTADOS

A amostra constitui-se de 70 mulheres, em sua maioria pardas, com mediana de idade de 23 anos. Dentre estas mulheres, 25% estavam na primeira gestação e 70% afirmou que a gestação não foi planejada. A exposição a violência doméstica foi estimada em 35,2% dos casos, considerando os resultados obtidos no teste de triagem.
A mediana de idade gestacional do parto foi 39 semanas, sendo que 62,9% evoluiu para parto vaginal e houve 37,1% de ocorrência de cesariana. Os recém nascidos foram considerados saudáveis em 20% dos casos, em 48,6%, expostos à sífilis e em 30% casos de sífilis congênita, sendo 10% natimortos. Não houve associação entre a exposição a violência doméstica e a ocorrência de sífilis congênita na amostra estudada.

CONCLUSÕES

A sífilis congênita é um desafio global de saúde pública. Considerando-se a intersecção entre os problemas de violência doméstica e doenças sexualmente transmissíveis, abordagens inovadoras para a erradicação de sífilis congênita podem considerar a identificação de vítimas de violência doméstica como parte do cuidado dispensado a essas gestantes.

PALAVRA CHAVE

sífilis, gestação, violência doméstica

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças Infecciosas

Autores

Natalie Ribeiro de Toledo Camargo Dusi, André do Nascimento França, Felipe Ribeiro de Toledo Camargo, Mayra Santos Nogueira Pachêco, Barbara Silva Alves, Isabela Ferreira Caetano

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