Dados do Trabalho

TÍTULO

USO DE TESTOSTERONA EM MULHERES COM DESEJO SEXUAL HIPOATIVO

OBJETIVO

Avaliar o efeito do uso da testosterona em mulheres com Desejo Sexual Hipoativo (DDSH).

MÉTODOS

Coorte retrospectiva de revisão de prontuários de mulheres com diagnóstico de DSH sexual atendidas no Ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto no período entre de janeiro de 2004 a dezembro de 2019. Para essa análise foram selecionadas mulheres com relação heterossexual e com critérios para DSH (deficiência recorrente ou ausência de desejo sexual com prejuízo ou sofrimento interpessoal) pela CID-10, com indicação para o uso de testosterona transdérmica devido à ausência de melhora com medidas educativas, psicoterapia, terapia hormonal estrogênica ou estroprogestinica, lubrificantes vaginais, estriol e fisioterapia pélvica. Foram coletados os dados sociodemográficos (idade, profissão, religião, estado civil, escolaridade, renda, tempo de relacionamento, escolaridade, profissão e religião do parceiro), antecedentes clínicos (hábitos, paridade, cirurgias prévias, patologias, método anticoncepcional, medicações), história sexual (relacionamentos sexuais satisfatórios, avaliação da resposta sexual, história de abuso sexual, presença de vaginismo, impulso sexual, desejo sexual, orgasmo com a penetração, masturbação, sonhos eróticos, fantasias, outro parceiro, desejo por terceiros, ejaculação rápida ou retardada ou disfunção erétil do parceiro) e exames laboratoriais (TSH, prolactina, testosterona total). Foi realizada análise exploratória de dados, através de medidas de posição central e de dispersão. As variáveis qualitativas foram resumidas, considerando as frequências absolutas e relativas. O teste qui-quadrado avaliou as variáveis qualitativas associadas às queixas e a perda de seguimento. Foi considerado significativo um p<0,05.

RESULTADOS

Foram incluídas no estudo 419 mulheres, sendo que 74 apresentaram critérios para uso de testosterona, associada a psicoterapia, terapia hormonal estrogênica, lubrificantes vaginais e fisioterapia pélvica e 65 usaram a medicação. Destas, 43 mulheres referiram melhora das queixas de DSH. Houve relação estatisticamente significativa entre o uso da testosterona e a melhora da queixa de DSH.

CONCLUSÕES

A testosterona melhorou o DSH em mulheres que não responderam às medidas educativas, psicoterapia, terapia hormonal estrogênica ou estroprogestinica, lubrificantes vaginais, estriol e fisioterapia pélvica. O uso de testosterona transdérmica pode ser um recurso importante no manejo do DSH.

PALAVRA CHAVE

Testosterona ; Desejo sexual hipoativo