59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

METÁSTASE CEREBRAL POR NEOPLASIA TROFLOBLÁSTICA GESTACIONAL: RELATO DE CASO

CONTEXTO

Nos casos de doença trofoblástica gestacional (DTG) é indispensável o acompanhamento clínico e laboratorial após o esvaziamento uterino, com intuito de identificar prontamente sinais que possam levantar a suspeita de metástase e malignização.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente de 15 anos, primigesta, com idade gestacional de 10 semanas, é encaminhada à Maternidade de Hospital Universitário devido a sangramento transvaginal e ultrassonografia pélvica com achados sugestivos DTG. Exames laboratoriais: βhCG: > 225.000mUI/mL. Foi submetida à aspiração manual intrauterina (AMIU), sem intercorrências. Houve confirmação histopatológica de DTG do tipo mola completa. Paciente recebeu alta hospitalar e foi orientada sobre seguimento pós-molar em ambulatório específico. Abandonou seguimento ambulatorial após a segunda consulta por “medo de nova internação” (sic) após queixar-se de persistência de sangramento transvaginal desde a AMIU. Após 12 meses, paciente retorna, encaminhada de hospital de emergência, com história de súbita hemiplegia à direita e perda ponderal; Tomografia de crânio com achados sugestivos de neoplasia metastática. βhCG: 557.277,33mUI/mL. Após nova bateria de exames, foi diagnosticada com DTG do tipo mola invasora com presença de metástases cerebral e pulmonar. Em cerca de 24 horas, o βhCG subiu para 1.458.020mUI/mL. Estadiamento clínico IV e instituição do esquema quimioterápico EMA-CO (etoposídeo, metotrexato, actinomicina D, ciclofosfamida e vincristina) e metotrexato intratecal. O primeiro ciclo de quimioterapia mostrou resposta expressiva e βhCG decresceu para 14.079mUI/mL. A paciente continuou estável, tendo alta hospitalar para ser acompanhada ambulatorialmente. Atualmente, paciente encontra-se estável, em remissão, no aguardo para início do segundo ciclo de poliquimioterapia.

COMENTÁRIOS

Vê-se, portanto, a importância do acompanhamento rigoroso pós-molar, no intuito de diagnosticar precocemente casos com evolução maligna grave, como o caso em questão. Nesse contexto, cabe frisar que após o esvaziamento uterino por mola hidatiforme, 15% das pacientes poderão ter invasão local uterina e 4% apresentarão metástases à distância, sendo os principais sítios: pulmões, trato genital inferior, cérebro, fígado, rins e trato gastrointestinal. Os casos estadiados como alto risco necessitarão de quimioterapia combinada que, quando realizada adequadamente, pode levar à remissão da doença e taxa de sobrevida de 80-90%.

PALAVRA CHAVE

DOENÇA TROFLOBLÁSTICA GESTACIONAL; MOLA INVASORA; METÁSTASE CEREBRAL.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco

Autores

Marina Presmich Pontual, Kamilla Monteiro Plácido, Bárbara Allana Ferreira Cabral, Marcel Arthur Cavalcante Gonçalves, Lorenna Peixoto Lopes, Isabela Karine Rodrigues Agra, Manoel Calheiros Silva

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