59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Percepções de Pacientes Sobre o Rastreio Cervical e o Exame Pélvico em um Hospital Escola.

OBJETIVO

Avaliar as percepções de usuárias de um hospital-escola sobre o exame de colpocitologia oncótica (CCO) e o exame pélvico (EP) e associá-los aos dados sociodemográficos dessas mulheres.

MÉTODOS

Foram entrevistadas pacientes do ambulatório de ginecologia de um hospital-escola de Brasília no ano de 2019 sobre o CCO e o EP. Utilizou-se os testes Qui quadrado (X2) e Fisher, com significância de 5%, para avaliar associação entre as respostas e os dados sociodemográficos das participantes.

RESULTADOS

Foram analisados 387 questionários, sendo que a idade média era de 45,73 anos (DP 12,4), a maioria era casada (52,5%), com renda familiar de até 4 salários-mínimos (90,7%) e instrução acima de 8 anos (77,7%). Apenas 4,1% das pacientes sabiam que 25 anos é a idade de início, 5,2% que 64 é a idade de término do rastreamento segundo as diretrizes brasileiras e 97,9% esperavam intervalo menor que o trienal preconizado. Após serem informadas das diretrizes, 66,9% acreditavam que o início aos 25 é tardio, 61,5% que o término aos 64 é precoce, 88,4% que o intervalo trienal é muito longo e 94% se sentiriam inseguras com esse intervalo. Observou-se associação significativa entre maior conhecimento sobre o CCO e grupos de escolaridade, renda e idade, com maior conhecimento em mulheres mais jovens, com maior renda e escolaridade (Fisher; p<0.05). Associação significativa foi observada entre maior aceitação das recomendações e estado civil e grupos de idade, com maior aceitação de início aos 25 em viúvas e mulheres mais velhas e de término aos 64 em mulheres mais jovens (X2; p<0,05). Sobre o EP, 46,37% acreditavam que deveria ser realizado em todas as consultas ginecológicas independente do CCO, com associação significativa entre maior escolaridade das pacientes e o desejo de serem examinadas em todas as consultas, mesmo sem queixa clínica (X2; p<0,05). Além disso, 45,6% se decepcionariam se não fosse feito o EP e 93,7% acreditavam que seria útil para garantir a saúde feminina, apesar de 81,6% delas referir já ter sentido dor, desconforto, medo ou vergonha ao ser examinada.

CONCLUSÕES

Apesar do pouco conhecimento sobre o CCO e o EP, houve elevada adesão a eles, com expectativa de realização do EP de forma rotineira, e claro desencontro entre as expectativas das pacientes e as diretrizes de rastreio cervical preconizadas pelo Ministério da Saúde. Além disso, maiores níveis socioeconômicos se associaram com maior conhecimento das diretrizes, mas não com maior aceitação.

PALAVRA CHAVE

Teste de Papanicolaou, Exame Ginecológico, Exame pélvico.

Área

GINECOLOGIA - Atenção primária

Autores

Iausha Khristie Lima Bites Montezuma, Ágata Costa Coelho Batista, Luísa Lucas Marinho, Thaís Lucena Reis, Miriam da Silva Wanderley

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