59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Gestação e a coexistência de câncer de colo uterino: um desafio.

CONTEXTO

A gravidez e a coexistência de câncer de colo de uterino deve ser sempre considerada uma gestação de alto risco, devido às complicações materno-fetais. O câncer de colo de útero é causado por subtipos oncogênicos do papilomavírus humano (HPV), representando a 3ª neoplasia mais comum em mulheres brasileiras. De acordo com o Ministério da Saúde, o rastreamento é realizado através da colpocitologia oncótica em mulheres entre 25 e 64 anos, com vida sexual ativa. A evolução clínica não é diferente em gestantes.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

G.K.P.A, 31 anos, gesta 4 para 1 parto normal e 1 cesariana. Diagnosticada na 21ª semana de gestação com neoplasia maligna do colo uterino escamosa pouco diferenciada estadio IB2, orientada quimioterapia neoadjuvante, apesar dos riscos materno-fetais. Realizada quimioterapia incompleta devido aos efeitos colaterais. Internada na Unidade Materno Fetal com 25 semanas e 5 dias devido a rotura prematura de membranas ovulares (RPMO) e realizado manejo com antibiótico por 7 dias, rastreio infeccioso a cada 2 dias e corticoterapia. Com 32 semanas e 2 dias, realizada cesariana e laqueadura tubária devido ao risco aumentado de sangramento durante o parto vaginal e a fim de dar continuidade ao tratamento. Após o parto, realizado procedimento pela oncoginecologia de ooforopexia bilateral com colocação de clipes metálicos em ovários e colo uterino para posterior realização de radioterapia. Recém-nascido (RN) do sexo feminino, apgar 8/9, 2195g em 01/07/2021.. Alta hospitalar de puérpera e RN em 08/07/2019, após 53 dias de internação hospitalar, em puerpério fisiológico.
Orientações e acompanhamento multidisciplinar com a oncologia clínica, oncoginecologia e clínica da dor para manejo clínico.

COMENTÁRIOS

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que a cada ano, sejam diagnosticadas 16.590 casos de câncer de colo de útero no Brasil. A taxa de mortalidade tem caído ao longo dos anos devido ao rastreio adequado, mas ainda representa um problema de saúde pública. Estima-se que 2% dos casos são diagnosticados durante a gestação. A via de parto é de indicação obstétrica. A gravidez não altera o curso biológico da doença, quando comparado a grupos semelhantes em relação à idade, estadio e tipo histológico. Existem poucos estudos sobre gestação e câncer de colo de útero, representando um desafio assistencial dessas mulheres.

PALAVRA CHAVE

Câncer de colo de útero, Gestação, Gestação de Alto Risco, Ooforopexia bilateral

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco

Autores

Anna Terra de Melo, Raissa Gracio Teixeira, Rafaela Karina de Oliveira Tinôco, Carolina Carvalho Mocarzel, Juliana Silva Esteves, Maria Pilar Couto Argibay, Wallace Mendes da Silva, José Carlos Damian Junior

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