59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Opiniões e Atitudes de Ginecologistas-Obstetras Sobre o Rastreio Cervical e o Exame Pélvico.

OBJETIVO

Identificar opiniões e atitudes de ginecologistas-obstetras sobre o exame de colpocitologia oncótica (CCO) e o exame pélvico (EP) e possíveis associações com dados sociodemográficos dos participantes.

MÉTODOS

Foram entrevistados médicos ginecologistas-obstetras de um hospital-escola de Brasília no ano de 2019 acerca de sua rotina na realização do EP e CCO, bem como sua concordância com as diretrizes do Ministério da Saúde. Os testes de Fischer e Qui-quadrado foram utilizados para avaliar a associação entre as respostas dos participantes e os seus dados sociodemográficos, considerando um nível de significância de 5%.

RESULTADOS

Foram entrevistados 44 médicos (77,2% do total), com média de idade de 38,54 anos (DP 9,85), 68,2% eram do sexo feminino, 52,3% solteira, 65,1% trabalhavam em consultórios público e privado, e 34,9% apenas em consultório público. Do total, 61,4% dos médicos afirmaram realizar o CCO anualmente, embora 62,8% considerassem adequado o rastreio a cada três anos. Apesar de 50,0% e 70,4% considerarem adequado iniciá-lo aos 25 anos e encerrá-lo aos 64, apenas 39,5% e 35,7% seguiam essas diretrizes, respectivamente. As principais razões para não iniciar o CCO aos 25 e encerrar aos 64 foram a possibilidade de não diagnosticar lesões precursoras em tempo hábil (72,7%) e a necessidade de manter o rastreio enquanto a paciente tiver vida sexual ativa (83,3%), respectivamente. Entre os que consideraram inadequado realizar o CCO trienal, as principais razões foram a possibilidade de não diagnosticar lesões precursoras em tempo hábil (100%), o desconforto das pacientes com a extensão dos intervalos de coleta (66,7%) e que estas esperam a sua realização quando vão ao ginecologista (53,3%). Quanto ao EP em mulheres assintomáticas, 65,9% responderam que deveria ser realizado anualmente, em todas as consultas independentemente do CCO (59,1%) e de queixa clínica (37,2), sendo o rastreio de condições benignas e malignas ginecológicas a principal razão apontada para tal. Não se observou associação significativa entre as respostas referentes ao CCO e EP e as variáveis sociodemográficas dos médicos.

CONCLUSÕES

Menos da metade dos médicos entrevistados seguia as diretrizes nacionais sobre rastreamento cervical, embora a maioria concordasse com elas. Quanto ao EP, mais da metade acreditava que deveria ser feito anualmente, e independente do CCO. Não se observou associações significativas entre os dados sociodemográficos e as respostas dos participantes.

PALAVRA CHAVE

Teste de Papanicolaou, Exame Ginecológico, Exame pélvico, Detecção Precoce de Câncer.

Área

GINECOLOGIA - Atenção primária

Autores

Iausha Khristie Lima Bites Montezuma, Ágata Costa Coelho Batista, Luísa Lucas Marinho, Thaís Lucena Reis, Miriam da Silva Wanderley

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