59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Repercussões da realização do estudo urodinâmico pré-operatório em mulheres com prolapso de órgãos pélvicos avançados

OBJETIVO

Analisar se a realização do estudo urodinâmico (EUD) pré-operatório modificou diagnóstico, conduta e desfecho cirúrgico em mulheres portadoras de prolapso de órgãos pélvicos estádios (POP) III e IV sem sintomas de incontinência urinária de esforço (IUE).

MÉTODOS

Estudo clínico prospectivo transversal não randomizado incluindo mulheres com POP estádios III e IV com indicação de tratamento cirúrgico e sem sintomas de IUE. A pesquisa da incontinência urinária oculta (IUO) foi feita em todas as pacientes durante teste de esforço (TE) no exame físico (EF) com redução do prolapso e no estudo urodinâmico (EUD) quando solicitado pelo médico. A avaliação pós-operatória incluiu seguimento mínimo de dois meses com questionário padronizado, TE no EF e opinião da paciente.

RESULTADOS

Foram incluídas no estudo 126 mulheres com idade média de 66 anos, IMC médio de 26 e paridade média de quatro. Destas, 74 (58,7%) foram classificadas com POP estádio III e 52 (41,3%) estádio IV. Todas as 126 pacientes fizeram EF com teste de esforço com redução do POP e 61 (48,4%) realizaram o EUD. Observou-se maior indicação de EUD em mulheres com queixa de incontinência urinária de urgência (p=0,001). Diagnosticou-se IUO em 41 (32,5%) mulheres, sendo que o EF diagnosticou em 19,8% (25/126) e o EUD em 54,1% (33/61). Dos achados urodinâmicos, 5 (8,2%) apresentaram hiperatividade detrusora, 22 (36%) índice de contratilidade vesical fraco e 11 (18%) obstrução infravesical. Das 41 pacientes com IUO, 33 (80,4%) corrigiram a IUE concomitante à cirurgia do prolapso, sendo 30 (90,9%) do grupo EUD. O tempo médio de seguimento foi de 17 meses. No pós-operatório, sete (5,5%) apresentaram IUE de novo, sendo 5 (71,4%) do grupo EUD e, destas, quatro necessitaram de tratamento cirúrgico posterior com sling. Das oito pacientes com IUO que não fizeram sling durante a correção do prolapso , apenas uma (12,1%) necessitou de tratamento cirúrgico posteriormente. Duas do grupo EUD necessitaram de uretrolise. Não houve diferença de resultado quanto à opinião da paciente em relação aos dois grupos.

CONCLUSÕES

A realização do EUD acrescentou 26,3% de diagnóstico de IUO e 42,6% de outros diagnósticos urodinâmicos, como hiperatividade detrusora, obstrução infravesical e hipocontratilidade detrusora. Houve mudança de conduta cirúrgica com correção de IUE em 21,3% das pacientes. No entanto, não houve diferença quanto à incidência de IUE de novo, taxa de complicações e opinião da paciente quando comparado ao grupo que não realizou EUD.

PALAVRA CHAVE

Prolapso de órgãos pélvicos, incontinência urinária, estudo urodinâmico, incontinência urinária oculta

Área

GINECOLOGIA - Uroginecologia

Autores

Susane Mei Hwang, Luis Gustavo Morato Toledo, Silvia Silva Carramao, Carolina Remesso Maximo Jesus, Sarah Zanotto Carvalho, Antonio Pedro Flores Auge

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