59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

SARCOMA PRIMÁRIO DE COLO UTERINO: RELATO DE CASO

CONTEXTO

Câncer de colo uterino segue sendo importante causa de morte entre as mulheres. Os tipos histológicos do câncer de colo mais comuns são o carcinoma escamoso, o adenocarcinoma e o carcinoma adenoescamoso. Extraordinariamente, eles podem se apresentar na forma de sarcoma, uma neoplasia maligna de partes moles mais frequente em outros locais, sendo raro no colo uterino. Em função de sua raridade, o conhecimento acerca dos sarcomas de colo ainda é limitado e impreciso.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente de 64 anos, branca, diabética e hipertensa, sem histórico de terapia hormonal, apresentou-se na emergência com sangramento há cinco dias e tumor saindo pela vagina. Ao exame, apresentava massa amorfa, saindo pela vagina, com áreas de necrose e pontos sangrantes. TC da pelve revelou tumor originado no corpo uterino ocupando cavidade uterina e vagina. Foi submetida a histerectomia total abdominal com anexectomia bilateral tendo evoluído sem intercorrências. O exame anátomo-patológico evidenciou neoplasia presente em dois nódulos intramurais, semelhante à encontrada no material tumoral. A neoplasia continha atipias citológicas de alto grau e 80% da massa era constituído por tecido necrótico. Foram encontradas infiltrações linfáticas, sem invasão vascular ou perineural. O exame imuno-histoquímico, foi positivo para anticorpos que sugeriram tratar-se de sarcoma de alto grau histológico (grau 3) sugerindo a possibilidade de leiomiossarcoma.

COMENTÁRIOS

Os sarcomas do colo do útero são tumores raríssimos. O leiomiossarcoma é um tumor gerado a partir da musculatura lisa. Por ser raro, o manejo e o diagnóstico do leiomiossarcoma do colo uterino são baseados na extrapolação do conhecimento da doença em outros locais, como no corpo uterino. No caso que descrevemos, os marcadores de músculo liso calponina, caldesmon e actina de músculo liso mostraram-se negativos, o que poderia gerar a suspeita de rabdomiossarcoma mesmo na ausência de um marcador específico. A histerectomia total incluindo a retirada de toda a massa tumoral era necessária tanto para diagnóstico definitivo como para melhora da condição geral da paciente. Por se tratar de um tumor desconhecido e de caso de urgência, o benefício da anexectomia superou os riscos. A rapidez da conduta adotada foi fundamental para o desfecho favorável. A principal contribuição desse relato de caso para a prática clínica é de que não se deve procrastinar o tratamento diante de casos semelhantes.

PALAVRA CHAVE

Leiomiossarcoma primário do colo uterino, Procedimentos Cirúrgicos em Ginecologia, Neoplasias dos Genitais Femininos

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Antônio Henriques de França Neto, Josikwilkson Costa Brito, Melania Maria Ramos Amorim

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