59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

USO DE TERAPIA COM LASER FRACIONADO DE CO2 INTRAVAGINAL PARA TRATAMENTO DE FÍSTULAS VESICOVAGINAIS

CONTEXTO

Fístula vesicovaginal trata-se de uma comunicação anormal entre bexiga e vagina, que leva caracteristicamente a uma perda urinária contínua e significativa através da vagina. É uma entidade nosológica mundialmente presente, de principais etiologias: a complicação de partos e de cirurgias pélvicas.
Apesar de frequente na prática clínica, seu manejo ainda é um desafio, visto que características e localizações são heterogêneas. Na busca de um tratamento adequado para a fístula vesicovaginal, advém o laser fracionado de CO2 intravaginal, já com eficácia terapêutica comprovada para tratamento da síndrome genitourinária na menopausa.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Relato aprovado pelo CEP sob CAAE 45679721.6.0000.5133
Mulher, 53, menopausada, evoluiu com fístula vesicovaginal após retirada de cisto uretral aos 23 anos. Por 30 anos, apresentou cortejo de desconforto por perda urinária permanente, sendo necessário o uso de absorventes para contenção.
À ressonância magnética pélvica, evidenciou-se imagem linear estendida da parede posterior da bexiga até a parede anterior do terço médio vaginal. Em questionário de quociente sexual feminino, a paciente obteve escore 60, desfavorável a regular.
Foi submetida a 3 sessões (semana 0, 4 e 8) de laser fracionado de CO2 (SmartXide2) com as configurações 40W/ Stack 4/ 1000µs/ Spacing 500micromilímetros.
O probe foi inserido na vagina sem espéculo, lubrificante ou anestesia tópica, e o procedimento realizado em 4 minutos, sem queixas álgicas. Orientada a abstinência sexual por 3 dias após.
À 12ª semana, paciente não mais referiu perda urinária e nova ressonância não individualizou imagem linear descrita no exame anterior. Novo escore obtido no questionário foi de 68, regular a bom.

COMENTÁRIOS

O laser fracionado de CO2 descrito por Salvatore apresenta comprimento de onda de 10.600nm, propriedade coagulativa e baixo risco de queimadura. É indolor e estimula a ativação de células mesenquimais, de Fator de Crescimento Endotelial Vascular e Crescimento Epidérmico do tecido conectivo profundo, além da reorganização do colágeno, promovendo regeneração da parede vaginal e o fechamento da fístula. Há apenas um caso descrito na literatura, de uma mulher com fístula vesicovaginal que evoluiu com melhora completa do quadro após a terapia.
No atual caso, a comparação de ressonâncias, escores e queixas da paciente evidenciou a resposta satisfatória ao tratamento empregado. Mais estudos devem ser realizados para estabelecer o método como recurso terapêutico para fístula vesicovaginal.

PALAVRA CHAVE

Fístula Vesicovaginal.

Área

GINECOLOGIA - Patologia do Trato Genital Inferior

Autores

Denise Gasparetti Drumond, André Avarese de Figueiredo, Camila de Moraes Sarmento Condé, Hakayna Calegaro Salgado, Bárbara Bizzo Castelo, Neila Maria de Góis Speck

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