59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

PREMATURIDADE EM HOSPITAL TERCIÁRIO: DIFERENÇAS ENTRE 2017-2018 E 2020-2021

OBJETIVO

Em nascimentos pré-termo, analisar o perfil de gestantes, incluindo patologias maternas, complicações gestacionais, uso de medicamentos, via de parto e desfechos perinatais comparativamente entre os dois períodos.

MÉTODOS

Estudo transversal com parturientes de um hospital terciário, durante os períodos de janeiro de 2017 a junho de 2018 (primeiro período) e janeiro de 2020 a janeiro de 2021 (segundo período). A coleta dos dados se deu por meio de entrevistas e/ou avaliação de prontuários eletrônicos. Foi realizada análise descritiva das variáveis e associação verificada pelo teste qui-quadrado, com nível de significância 5% (p valor <0,05).

RESULTADOS

O número de partos prematuros foi 717, sendo 455 no primeiro período e 262 no segundo. A taxa de prematuridade aumentou de 14,4% no primeiro período para 21,7% no segundo (p<0,001). Ocorreu uma mudança no perfil etário das parturientes com redução na faixa até 18 anos de 13,2% para 7% e aumento acima de 35 anos de 15,6% para 23% (p=0,005). Hipertensão e diabetes aumentaram de 34,3% para 45% (p=0,004) e de 15,4 para 22,1% (0,023), respectivamente. O uso de medicamentos na gestação aumentou de 48,6% para 62,2% entre os períodos (p<0,0001). No primeiro período tivemos associação com trabalho de parto de início espontâneo (80,7%) e no segundo com parto induzido (31,8%), com p=0,001. A via de parto vaginal reduziu de 45,7% para 29,4%, aumentando proporcionalmente as taxas de cesariana no segundo período (p<0,0001). Foi observado aumento nas admissões em UTI neonatal de 9,5% para 32,4% (p<0,0001) entre os períodos.

CONCLUSÕES

Percebe-se um aumento da taxa de prematuridade no segundo período, e uma mudança no perfil das parturientes, que apresentaram maior idade e comorbidades associadas, incluindo hipertensão e diabetes. Pode-se justificar parcialmente essas mudanças perfil com a pandemia de COVID-19, já que o isolamento social ocasionou menos relações sexuais desprotegidas entre jovens, acarretando menos gestações na faixa etária. Por outro lado, o aumento na idade das parturientes pode justificar o aumento das comorbidades e do uso de medicações na gestação. A maior taxa de partos induzidos pode ser atrelada ao aumento das comorbidades entre as gestantes, pois, nesses casos, pode ser necessário programar o momento do nascimento. Já a maior taxa de prematuridade pode se relacionar a complicações causadas pela COVID-19, levando a mais internações em UTI neonatal.

PALAVRA CHAVE

Prematuridade

Área

OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral

Autores

Isadora Figueiredo Bitencourt, Ana Luíza Kolling Konopka, André Luiz Loeser Corazza, Patrícia Faggion Schramm, Luize Stadler Bezerra, Gustavo Kolling Konopka, Cristine Kolling Konopka

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