Dados do Trabalho

TÍTULO

Fatores associados a lacerações perineais severas

OBJETIVO

As lacerações perineais de origem obstétrica são classificadas, conforme a extensão dos tecidos acometidos, em leves e graves. Lesões severas perineais do esfíncter anal obstétrico (OASIS) estão associadas a sintomas e disfunções de curto ou longo prazo. A importância da prevenção primária das OASIS motiva a determinação das variáveis implicadas em sua ocorrência. O objetivo desse estudo é avaliar a associação entre a ocorrência de OASIS com variáveis maternas e relacionadas ao parto em maternidade escola no Brasil.

MÉTODOS

Estudo observacional, analítico e transversal. Avaliou 164 partos vaginais, ocorridos no período de outubro a dezembro de 2018, na Maternidade Dona Evangelina Rosa, Teresina, Brasil. Aprovação do Comitê de Ética com número: CAAE - 90227318.4.0000.8050. Os critérios de inclusão foram partos vaginais > 34 semanas; os critérios de exclusão foram gestações múltiplas, malformação, apresentação não cafálica e natimorto. Os dados coletados foram submetidos à análise de frequência, testes qui-quadrado e teste Exato de Fisher.

RESULTADOS

A média de idade foi de 25 anos (DP 7 anos); ocorreram lacerações graves (grau III e IV, OASIS) em 3,04% dos partos. Quanto às variáveis investigadas para laceração obstétrica grave observou-se ocorrência em 6,4% das primíparas (p 0,022) e em 7,1% das parturientes com peso fetal > 3500g (não houve significância estatística). Não houve diferença em relação à duração do segundo período ou à posição adotada durante o parto.

CONCLUSÕES

A prevalência de lacerações perineais graves foi semelhante a encontrada em outros estudos. A conduta obstétrica, principalmente em primíparas, deve ser orientada de modo a reduzir os desfechos perineais desfavoráveis.

PALAVRA CHAVE

laceração perineal, severa, gestação