59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Doença Hipertensiva Gestacional: Caracterização, Desfechos Gestacionais e Perinatais

OBJETIVO

Analisar a evolução e o desfecho de gestações em gestantes hipertensas e não hipertensas acompanhadas em um serviço de obstetrícia de um hospital terciário no interior do Rio Grande do Sul.

MÉTODOS

Estudo transversal com parturientes de um hospital terciário, entre janeiro de 2017 e junho de 2018 e janeiro de 2020 a janeiro de 2021. A coleta dos dados se deu por meio de entrevistas e/ou avaliação de prontuários eletrônicos. Foi realizada análise descritiva das variáveis e associação verificada pelo teste qui-quadrado, com nível de significância 5% (p valor <0,05).

RESULTADOS

O número total de gestantes atendidas no período analisado foi de 3.156 pacientes. Observou-se prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) em 31,1% (n = 981) das parturientes. Houve associação significativa entre HAS e nascimento pré-termo entre 28 semanas a 36 semanas e 6 dias (p<0,001). No grupo de gestantes com HAS realizou-se indução do parto em 42,7%, com uso de misoprostol (p<0,001). Dentre as gestantes com HAS, o nascimento ocorreu por parto cesariana (p<0,001) e essas pacientes não estavam em trabalho de parto (p=0,047). O número total de recém-nascidos (RN) foi de 1928. A média de peso dos RN foi de 3.121g (± 621,7g). Dentre as gestantes com hipertensão, a média de peso foi de 3.034g (± 697,1g). Em 9,9% dos RNs identificou-se algum tipo de complicação ao nascimento, 2,6% foram reanimados e 6,3% precisaram ser internados na UTI neonatal. Quanto aos dados de óbito, verificou-se que 0,5% tiveram morte neonatal e 1,1% morte fetal. Observou-se que as parturientes que tiveram algum tipo de quadro hipertensivo na gestação estão associadas a ter RN na faixa de peso < 2.500g (p<0,001), que apresentaram complicações ao nascimento (13,9%) (p<0,001), com admissões na UTI neonatal (10,5%) (p<0,001), e presença de morte neonatal e fetal mais frequentemente que aqueles de gestantes sem HAS (4,6%) (p<0,001).

CONCLUSÕES

Percebe-se que hipertensão gestacional é uma patologia comumente observada na gestação e acarreta maior risco para o binômio mãe-feto e maior necessidade de intervenções. Assim, é importante realizar o diagnóstico da patologia nas gestantes precocemente, a fim de proporcionar um acompanhamento em serviço de referência e reduzir os riscos inerentes à doença.

PALAVRA CHAVE

Doença hipertensiva gestacional; gestação de alto risco; HAS

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco

Autores

Ana Luíza Kolling Konopka, Camila Signor Jacques, Julia Klockner, André Luiz Loeser Corazza, Patrícia Faggion Schramm, Gustavo Kolling Konopka, Cristine Kolling Konopka

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