59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Coronavírus na gestação e seus desafios: relato de caso

CONTEXTO

A pandemia do coronavírus vem atrelada a muitas incógnitas quando relacionada à gestação. As mudanças fisiológicas da gravidez têm impacto significativo no sistema imune, respiratório, cardiovascular e na coagulação sanguínea. Isso pode trazer efeitos tanto positivos, quanto negativos na progressão da doença.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente 41 anos, GIVPIIIvA0, no curso de 38 semanas e 3 dias de gestação, com comorbidade prévia de AVC há 11 anos e obesidade, admitida na urgência da maternidade por tosse seca há 06 dias, associada a dispneia de moderada intensidade, em uso de cateter nasal de oxigênio, com teste swab COVID19 positivo. Encontrava-se hidratada, acianótica, com estado geral regular, apresentando taquicardia e taquipneia, ausculta cardíaca normal e ausculta pulmonar com redução de murmúrio vesicular em bases bilaterais. Boa vitalidade fetal no momento da admissão. Foi encaminhada para UTI materna para estabilização clínica. Foi iniciado ceftriaxona, azitromicina, heparina de baixo peso molecular e dexametasona. Feito USG obstétrica que mostrou oligoâmnio, sem centralização fetal e USG tórax que mostrou linhas B em AHT e condensações subpleurais à direita. Evoluiu com piora da dispneia, foi iniciado ventilação não invasiva com BIPAP, porém paciente não tolerou e foi procedido intubação orotraqueal. Foi realizada cesárea por oligoâmnio e piora do quadro materno. Durante o pós-operatório em UTI apresentou melhora do quadro respiratório progressiva, com redução dos parâmetros ventilatórios, sendo realizado extubação com sucesso após 3 dias da realização da cesárea. Evoluiu clinicamente bem, recebendo alta com o RN após 12 dias da cesárea com seguimento no ambulatório de puerpério de alto risco do hospital.

COMENTÁRIOS

Tornou-se um desafio o manejo do COVID-19 na gestação após estudos mostrarem aumento de complicações em pacientes gestantes. Há uma tempestade de citocinas, com respostas imunológicas e alterações leucocitárias e em células do sistema imune, levando a complicações respiratórias e hematológicas. Estudos atuais da Fiocruz mostram o Brasil com a maior taxa de letalidade nesse grupo de risco, com 7,2%, representando mais que o dobro da atual taxa de letalidade do país. Deve-se ter atenção especial em relação à prevenção, diagnóstico e tratamento de COVID-19 nesse grupo de risco.

PALAVRA CHAVE

Coronavirus, Complicações Infecciosas na Gravidez, Gravidez

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças Infecciosas

Autores

MARIANE ALBUQUERQUE REIS, MARIAMA SOUSA SALAZAR, MICHELLY NÓBREGA MONTEIRO MONTEIRO, LEONARDO JOSÉ VEIRA DE FIGUEIREDO, JOSAIR CUSTODIO DE MESQUITA, LUANA RÉGIA RIBEIRO DE ARAUJO

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