59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Relato de Caso: Sarcoma uterino indiferenciado de rápida progressão

CONTEXTO


Sarcomas uterinos são raros e a forma indiferenciada corresponde a 5% dos casos. Acomete mulheres na pós-menopausa, com sangramento vaginal e clínica secundária ao acometimento extrauterino. É agressivo e com prognóstico reservado.3 Realiza-se histerectomia total e salpingooforectomia bilateral para tumores limitados ao útero com dúvidas do benefício da linfadenectomia e da citorredução macroscópica extrauterina.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

ESM, 73 anos, procura o Conjunto Hospitalar do Mandaqui em 10/20 com sangramento vaginal. Presença de lesão vegetante irregular de 5 cm saindo do canal cervical; útero aumentado 2x, anexos e paramétrios livres. Paciente encaminhada para a Oncopelve.
Em Ressonância magnética (RM) de 12/20: útero de volume normal, endométrio espessado heterogêneo de 6,8 cm com extensão para endocérvice e vagina. Tomografia de tórax, abdome e pelve de 01/21 com lesão expansiva hipovascularizada endometrial de 8,8 x 6,5 cm e afilamento difuso do miométrio. Na biópsia, evidenciada necrose sem atipias.
Cirurgia realizada em 03/21, com útero aumentado 4 vezes, lesão se exteriorizando da porção fúndica e demais órgãos sem alterações. Realizada histerectomia total com retirada de toda massa em região fúndica e salpingooforectomia bilateral.
A congelação intraoperatória foi inconclusiva. No anatomopatológico: neoplasia fusocelular de 19 cm, atipia celular moderada, comprometimento de endométrio, miométrio, serosa e margem parametrial à direita.
Estadiamento pT2. Em imuno-histoquímico: sarcoma indiferenciado de alto grau; receptor de estrógeno e progesterona negativos, p53 positivo, CK AE1/ AE3 Padrão "DOT", Ki-67 100%. Em 05/21, paciente tem distensão abdominal e piora clínica, em RM: volumosa formação expansiva sólido-cística de 2116 cm3 na cavidade peritoneal do meso e hipogástrio, envolvendo alças intestinais; nódulos peritoneais no abdome superior, perihepáticos e periesplênicos. Paciente internada, falecendo em poucos dias.

COMENTÁRIOS

O manejo do sarcoma uterino indiferenciado de alto grau é difícil, pois é raro e há falta de estudos prospectivos. A disseminação para o abdome, após cirurgia citorredutora, contribui para o seu prognóstico reservado. Metástases à distância e rápida progressão após ressecção parecem ocorrer mais do que em outros tipos histológicos. A evolução do caso apresentado mostra a importância de estudos com avaliação de fatores envolvidos na agressividade desta neoplasia para melhor manejo clínico.

PALAVRA CHAVE

sarcoma, indiferenciado, agressivo, citorredução

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Wescule de Moraes Oliveira, Marcela Moraes de Oliveira Lopes, Ana Elisa Resende Tavares, Thaiane Silveiro Fatibello Rosa, Roberto Lojelo, Anna Carolina Nunes Ferraz

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