59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

TORÇÃO DE TUBA UTERINA DIREITA - RELATO DE CASO

CONTEXTO

A torção anexial é uma emergência ginecológica decorrente da torção, total ou parcial, do ovário e/ou da tuba uterina. Embora a torção isolada tenha uma baixa incidência - 1 caso em 1,5 milhão de mulheres -, sua oclusão vascular persistente, caso não seja aliviada, pode acarretar infarto/necrose das estruturas anexiais e, até mesmo, complicações mais graves, como peritonite e infertilidade. Assim, é de extrema importância o reconhecimento precoce da condição, ainda que seu diagnóstico seja, muitas vezes, dificultado pela ausência de sinais clínicos específicos e biomarcadores.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

ALC, feminino, 25 anos, sem histórico de gestações anteriores. Paciente foi submetida à laparoscopia, sob sedação geral, após dor em queimação no hipocôndrio esquerdo que irradiou, posteriormente, para dor intensa em flanco e fossa ilíaca direita uma semana antes do procedimento. Ao realizar o exame, foi notado um tumor de 8cm na tuba uterina direita com torção terminal, sendo realizada, ainda na ocasião, biópsia do achado com ressecção e distorção da tuba. O resultado da análise anatomopatológica do material evidenciou um cisto de tuba hemorrágico, de forma irregular, coloração pardacenta e de consistência elástica, medindo 8,0 x 3,0 x 1,5 cm em suas maiores dimensões. Microscopicamente, observou-se ainda uma estrutura cística de delicadas paredes fibrosas, revestidas por células aplainadas, sem atipias, acompanhada de áreas de necrose e ausência de sinais de malignidade. Dessa maneira, chegou-se à conclusão de quadro histopatológico compatível com cisto seroso com focos de infarto. Por fim, em citologia onco parasitária não foi evidenciada presença de células atípicas na amostra de 15 ml de líquido hemorrágico do cisto tubário direito, contendo apenas fundo amorfo, células ciliadas e leucócitos nos esfregaços analisados.

COMENTÁRIOS

A torção tubária possui sinais clínicos inespecíficos, tornando o diagnóstico ainda mais desafiador. A ultrassonografia e a tomografia computadorizada podem demonstrar alterações que indiquem torção tubária, mas o diagnóstico definitivo e o tratamento adequado necessitam de cirurgia de exploração, tendo a laparoscopia como o padrão ouro. Assim, é muito importante ter a suspeita clínica e a intervenção precoce como meios de preservação da integridade da tuba uterina e da fertilidade feminina.

PALAVRA CHAVE

Tuba uterina; Trompas de Falópio; Torção

Área

GINECOLOGIA - Cirurgia Ginecológica

Autores

Lívia Pereira do Vaz, Mariana Campos Terra, Lara Juliana Henrique Fernandes, Waldemar Naves do Amaral, Valdivina Eterna Falone, Lorena Tassara Quirino Vieira , Kamila de Oliveira Gonçalves Souza

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