Dados do Trabalho
TÍTULO
FUNÇÃO SEXUAL NAS MULHERES EM IDADE FÉRTIL COM EPILEPSIA
OBJETIVO
avaliar a função sexual nas mulheres em idade fértil com epilepsia
MÉTODOS
estudo transversal, quantitativo com comparação de dois grupos (com e sem epilepsia). Foram utilizados questionários de dados socioeconômico, demográfico e comportamento sexual; Escalas Beck que avalia presença de sinais de Ansiedade e Depressão; WHOQOL-bref para Qualidade de Vida; FSFI para função sexual e FGSIS para autoimagem da genitália feminina. A análise estatística foi feita no SPSS através do Teste Exato de Fisher, Mann-Whitney, Qui-Quadrado, Kruskal-Wallis e Correlação de Spearman, considerado p<0,05 como medida de significância.
RESULTADOS
foram incluídas 110 mulheres (55 com epilepsia e 55 sem epilepsia) com média de 32 anos de idade. Observou-se que ambos os grupos apresentavam disfunção sexual (com epilepsia: 19,28 vs. sem epilepsia: 21,05; p=0,416). Na análise da autoimagem da genitália, Qualidade de Vida e Ansiedade, não houve diferença significativa entre os grupos. Porém, percebeu-se que o grupo com epilepsia se apresentou pior nos Sinais de Depressão que o grupo sem epilepsia (11,44 vs. 13,82; p=0,038, respectivamente). Ao avaliar a influência da epilepsia acerca da função sexual, percebeu-se que as mulheres que faziam uso de drogas indutoras apresentaram piores escores no desejo (5,21 vs. 6,65; p=0,020) e lubrificação (9,48 vs.12,95; p=0,047) quando comparado às mulheres que faziam uso de drogas não indutoras, respectivamente. Na correlação da Função Sexual com Ansiedade, Depressão, Qualidade de Vida e Autoimagem da genitália observou-se que quando os níveis de Depressão aumentam, o desejo fica prejudicado [-0,273(p=0,043)]. Na Qualidade de Vida os domínios psicológico [0,311(p=0,021)] e ambiental [0,268(p=0,048)] influenciaram positivamente no desejo. O domínio relações sociais melhorou o desejo [0,504(p=0,000)], excitação [0,461(p=0,000)], lubrificação [0,342(p=0,011)], orgasmo [0,425(p=0,001)], satisfação [0,449(p=0,001)] e diminuiu a dor [0,402(p=0,002)]. Consequentemente, essa influência pareceu melhorar a função sexual [0,521(p=0,000)].
CONCLUSÕES
mulheres em idade fértil com epilepsia apresentam disfunção sexual. Presença de sinais de depressão e uso de drogas indutoras devem ser analisados com cautela, pois podem influenciar para piora da função sexual. Profissionais de saúde precisam se conscientizar que a disfunção sexual deve ser investigada e que, consequentemente, essa questão influencia na qualidade de vida dessa clientela.
PALAVRA CHAVE
epilepsia, função sexual, qualidade de vida
Área
GINECOLOGIA - Sexualidade
Autores
ANA MARIA CRUZ SANTOS, HUMBERTO CASTRO LIMA FILHO, MILENA BASTOS BRITO