59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Impacto da histerectomia benigna em diversas vias na sexualidade feminina: uma revisão sistematizada

OBJETIVO

Avaliar o impacto da histerectomia por causas benignas, em suas diversas vias, na qualidade de vida sexual feminina.

FONTE DE DADOS

O estudo foi conduzido usando as plataformas de dados PubMed e Cochrane com restrição a metanálise, estudo clínico randomizado e revisão sistemática, publicados entre 2011 e julho de 2021, em idioma inglês, utilizando os termos: “hysterectomy” e “sexuality”ou “sexual function”.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Foram encontrados 102 estudos, dos quais foram selecionados 8 que referissem avaliação de desfecho primário ou secundário na qualidade de vida sexual. As listas de referências dos estudos incluídos também foram avaliadas e 2 estudos foram adicionados à revisão. Estudos repetidos (n=1), que tivessem pacientes que não foram submetidas a histerectomia (n=29), histerectomia por malignidade (n=17), com foco em intervenções clínicas (n=36) ou ausência de avaliação da sexualidade com o foco desejado (n=11) foram excluídos.

COLETA DE DADOS

Os dados foram extraídos de forma independente por duas pessoas diferentes com base em 3 quesitos: via cirúrgica, retirada do colo uterino e técnica utilizada para sutura da cúpula vaginal.

SÍNTESE DE DADOS

A histerectomia pode alterar as relações anatômicas entre os órgãos pélvicos e causar lesões em nervos sensitivos e nas estruturas de suporte. No entanto, segundo Ayoub et al, no geral a maioria das mulheres relata estabilidade da qualidade de vida sexual (60,4%) ou melhora (21,3%), enquanto apenas em 18,3% há piora. Os resultados positivos podem ser relacionados à diminuição na taxa de dispareunia pós cirurgia na histerectomia laparoscópica, HL, (40% para 11%) e na histerectomia vaginal, HV, (43 para 15%). O resultado negativo é maior na via abdominal, HTA, (24%), o que pode ser relacionado à maior lesão nervo-esquelética e ao menor comprimento vaginal pós procedimento, que segundo Polat et al pode ser de -1,7cm, enquanto na HL é de -0,44cm. O fechamento da cúpula vaginal com sutura horizontal, de acordo com Pergialiotis et al, também favorece menor comprimento vaginal. Não influenciaram na resposta sexual: fechamento por via vaginal ou laparoscópica (Uccella et al) e a permanência do colo uterino (Lethaby et al).

CONCLUSÕES

A HTA parece diminuir a resposta sexual e aumentar a dispareunia se a paciente preferir a estimulação vaginal e/ou cervical em vez da estimulação clitoriana, enquanto a HL e a HV parecem ter menor impacto. No entanto, como os estudos são heterogêneos e há diversas variantes psicossociais envolvidas na resposta sexual feminina, mais estudos são necessários.

PALAVRA-CHAVE

“hysterectomy”, “sexuality”, “sexual function”

Área

GINECOLOGIA - Sexualidade

Autores

Flavio Nunes Lins, Débora cristina de Freitas Batista, Luísa Marçal de Paula

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