59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Relato de Caso - HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR E GESTAÇÃO: UMA ASSOCIAÇÃO DE RISCO

CONTEXTO

Hipertensão arterial pulmonar é caracterizada por pressões elevadas na vascularização pulmonar que levam à falência do ventrículo direito. Apresenta graves repercussões na vigência de gravidez com maiores taxas de insuficiência cardíaca grave refratária, eventos tromboembólicos, crise hipertensiva pulmonar, óbito fetal e materno, sendo este último, em 12% dos casos no final da gestação e 61% na primeira semana pós parto.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

VOG, 31 anos, primípara, 28 semanas de gestação, portadora de hipertensão arterial pulmonar há 2 anos, decorrente de Lúpus Eritematoso Sistêmico há 10 anos, com acometimento articular, hematológico, cutâneo, renal e pulmonar. Internada na Unidade Materno Fetal por dispneia aos pequenos esforços e tosse seca. Apresentava taquipneia, saturação O2 de 84%, edema leve em membros inferiores. Radiografia de tórax evidenciava aumento de tronco pulmonar e de ventrículo direito. Ecocardiograma prévio com fração de ejeção normal de 66%, aumento de cavidade direita e de pressão sistólica em artéria pulmonar: 85 mmHg. Após compensação da doença de base em unidade hospitalar, foi programado parto com 34 semanas e 4 dias. Cesariana com anestesia peridural sem intercorrências com recém-nascido vivo, apgar 7/8. Durante o pós parto paciente evoluiu com parada cardiorrespiratória, revertida, ecocardiograma evidenciava falência de ventrículo direito. O óbito foi constatado após nova parada cardiorrespiratória, sete horas após procedimento.

COMENTÁRIOS

Descreve-se gestante com hipertensão arterial pulmonar grave como complicação pleuropulmonar do lúpus eritematoso sistêmico, o que ocorre em 50-70% dos casos, com boa resposta ao tratamento convencional até 3º trimestre de gestação. Apesar do progresso nas estratégias terapêuticas, hipertensão pulmonar e gravidez ainda constituem associação de alto risco com expressivas taxas de mortalidade materna, principalmente durante o final da gestação, parto ou pós parto, isso se deve às modificações hemodinâmicas fisiológicas da gravidez que resultam em aumento das pressões da artéria pulmonar e insuficiência do ventrículo direito, tais como a descompressão da veia cava e retorno de maior volume sanguíneo no pós parto. Estas modificações justificam a contraindicação absoluta da gravidez, a sua interrupção precoce ou seu diagnóstico em tempo de serem instituídos cuidados no pré-natal de alto risco através de uma equipe multidisciplinar.

PALAVRA CHAVE

Hipertensão arterial pulmonar. Falência cardíaca. Gestação de alto risco. Óbito materno.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco

Autores

Rafaela Karina de Oliveira Tinôco, CAROLINA CARVALHO MOCARZEL, Mônica Breta Motta, Maria Clara Araújo Marques, Annita Martins Rocha Torres, Raissa Gracio Teixeira , Anna Terra de Melo

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