Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO DO LÍQUEN ESCLEROSO VULVAR E SUAS NOVAS PERSPECTIVAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
OBJETIVO
Realizar uma revisão sistemática dos estudos publicados nos últimos 10 anos sobre os antigos e novos tratamentos para o Líquen Escleroso Vulvar (LEV) comparando seus resultados.
FONTE DE DADOS
Para o estudo foram utilizadas as bases de dados PubMed, Cochrane e BVS, utilizando os termos de procura: MeSH lichen vulvar sclerosus AND therapy. A pesquisa foi limitada aos ensaios clínicos publicados nos últimos 10 anos (2010 a 2020) na língua portuguesa e inglesa.
SELEÇÃO DE ESTUDOS
Foram identificados 38 artigos, sendo 15 excluídos por estarem duplicados. Após a leitura dos 23 estudos na integra, 10 foram excluídos por não apresentarem resultado, 2 por ser comunicados ao editor e 1 que apresentava uma ferramenta adjuvante ao tratamento, não preenchendo o critério de tratamento de remissão ou manutenção. Assim, 10 estudos foram inclusos, sendo 7 referentes ao tratamento para remissão do LEV e 3 sobre tratamentos de manutenção.
COLETA DE DADOS
Foi realizado uma ficha clínica de extração de dados, avaliando o número de participantes de cada estudo, perfil dos pacientes, parâmetros clínicos do LEV, descrição da intervenção, metodologia empregada, desfechos e resultados obtidos.
SÍNTESE DE DADOS
A melhor terapia de remissão encontrada foi o propionato de clobetasol, pois em comparação com fototerapia UV-A1, furoato de mometasona, pimecrolimus e tacrolimus, ele apresentou uma resposta mais efetiva. Apenas um estudo demonstrou uma melhora significativamente maior dos sintomas com terapia fotodinâmica com ácido aminolevulìnico (ALA-PDT). Quando avaliado os efeitos colaterais, o clobetasol proporcionava sintomas mais douradouros (dor, atrofia de pele, eritema difuso, erupções papulopustulares) e a ALA-PDT, fez apenas uma dor momentânea. Em relação a terapia de manutenção, o furoato de mometasona 0,1% se mostrou mais eficaz, com uma taxa de recaída menor comparada ao propionato de clobetasol.
CONCLUSÕES
O LEV é uma doença pouco abordada, apesar de causar desconforto significativo. Ainda não foi encontrado uma cura, mas o tratamento mais eficiente até agora é o Propionato de Clobetasol. A terapia com ALA-PDT parece ser promissora e com menos efeitos colaterais, mas ainda são necessários mais estudos para avaliar sua eficácia e segurança. As futuras pesquisas devem basear suas avaliações em escalas reconhecidas, além de utilizarem grupos controle com números adequados de pacientes a fim de obterem resultados estatisticamente significativos.
PALAVRA-CHAVE
Líquen Escleroso Vulvar; Doenças da Vulva; Prurido Vulvar; Ginecologia
Área
GINECOLOGIA - Patologia do Trato Genital Inferior
Autores
Catherine Potrich Cotta, Maria Julia Macedo Bonatto, Elisa Chicareli Pinhat, Diego Esteves Dos Santos, Álisson Caarvalho de Freitas, Heloisa Porath, Angela Manfroi Faust