59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE DO NÚMERO DE INTERNAÇÕES POR SÍFILIS EM IDOSAS NO BRASIL ENTRE 2010 E 2019 POR FAIXA ETÁRIA

OBJETIVO

Descrever a tendência das taxas de internação por sífilis em idosas no Brasil entre 2010 e 2019; comparar essas taxas entre cada faixa etária.

MÉTODOS

Este é um estudo ecológico descritivo, com informações do Sistema de Informações de Saúde (TABNET), na aba Morbidade Hospitalar do SUS por Local de Internação, abrangendo todo o Brasil. Na seção linha foi selecionado “Ano processamento”, na coluna, “Faixa etária 1” e, na variável conteúdo, “Internações”, considerando-se janeiro de 2010 a dezembro de 2019; a categoria escolhida na Lista de Morbidades CID-10 foi “Outras sífilis” e na categoria ‘’Sexo’’ foi selecionado o feminino. Para analisar os dados, calculou-se a diferença percentual entre as taxas de internação em 2010 e em 2019 para cada faixa etária, e discriminou-se em quais delas houve maior aumento.

RESULTADOS

Foram registradas 389 internações por sífilis em mulheres acima de 60 anos no Brasil entre janeiro de 2010 e dezembro de 2019. O maior número registrado foi 91, em 2019, o que configura aumento de 333% na quantidade de internações em relação a 2010, ano em que esse número foi 21. Os valores variam conforme faixa etária: o maior aumento percentual foi verificado entre 70 e 79 anos, nos quais obtivemos um valor de 1033%. Por outro lado, na faixa etária entre 60 e 69 anos, houve uma elevação no número de internamentos de 238%. Já nas idosas de 80 anos ou mais ocorreu o menor aumento, sendo este de 160%.

CONCLUSÕES

Conclui-se que houve um aumento dos números de internações por sífilis em todas as faixas etárias, com destaque para as idosas entre 70 e 79 anos. Tais resultados condizem com o aumento da expectativa de vida ocorrida nos últimos anos e com o sucesso dos medicamentos para impotência e da reposição hormonal. Diante disso, os idosos estão voltando a ser parte da população sexualmente ativa. Porém, por se tratar de uma população até pouco tempo atrás inativa sexualmente, existem poucas campanhas, assim como baixa adesão aos métodos de preservação, o que torna o idoso vulnerável a sífilis. Desse modo, os resultados reforçam a necessidade de promover estratégias de conscientização e informação a essa população quanto à prevenção e ao diagnóstico da sífilis, principalmente, entre as idosas entre 70 e 79 anos, já que estas vivenciaram a revolução sexual nas décadas de 60 e 70 e, portanto, apresentam maior vulnerabilidade, uma vez que a sífilis pode ter uma evolução latente e se manifestar décadas após o contágio.

PALAVRA CHAVE

Sífilis, Idosas, Brasil

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

José Juvenal Linhares, Louise Lara Martins Teixeira Santos, Vitória Campelo de Andrade Rodrigues, Jhulia de Aguiar Polleze, Amanda Beatriz Sobreira de Carvalho, Ana Carolina Duarte Rossi, Tatiana de Sá Roque

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