59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

ASSISTÊNCIA AO PARTO DE GESTANTE GRAVE COM COVID-19 EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE CASO

CONTEXTO

O cenário da infecção por Covid-19 foi declarado pela Organização Mundial de Saúde como pandemia. Tal doença tem manifestação clínica variável desde quadros assintomáticos até pneumonia viral e sepse. A gravidez está associada a casos mais graves devido às alterações fisiológicas inerentes à gestação assim como o puerpério também demanda atenção frente a gravidade dos casos nessa fase.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

T.C.R.M, 42 anos, terceira gestação e dois partos normais prévios, internada com 26 semanas e 3 dias de idade gestacional, em Unidade de Terapia Intensiva com Síndrome Respiratória Aguda Grave por Covid-19 necessitando de intubação orotraqueal. Avaliação fetal com peso estimado de 1005g, dopplerfluxometria e líquido amniótico normais. Corticoide prescrito devido á prematuridade. Evoluiu com rotura prematura de membranas ovulares espontânea e início de atividade uterina com assistência ao trabalho de parto. Parto vaginal assistido em leito de unidade de terapia intensiva com nascimento de recém-nato masculino, pélvico, 1038g, apgar 5/7. No puerpério apresentou crises convulsivas associadas a déficits neurológicos focais, hemianopsia homônima a direita, mononeuropatia do nervo fibular comum esquerdo e tetraparesia hipotônica pior a esquerda sugerindo diagnóstico de Síndrome da Encefalopatia Posterior Reversível e Polineuropatia do Paciente Crítico. Após tratamento multidisciplinar obteve melhora clínica seguida de alta hospitalar e acompanhamento no ambulatório de Neurologia.

COMENTÁRIOS

Grávidas e puérperas têm maior chance de internação hospitalar, necessidade de terapia intensiva e óbito por serem grupo risco para Covid-19. As complicações obstétricas mais descritas são: trabalho de parto prematuro/prematuridade, rotura prematura de membranas ovulares, restrição do crescimento fetal, pré-eclâmpsia e óbito. É importante conhecer o comportamento clínico da doença e os sinais de gravidade para melhor condução dos casos sabendo que essa infecção não determina a interrupção imediata da gestação nem a via de parto. O parto normal pode apresentar melhor resultado clínico devendo ser priorizado em função da cesariana exacerbar a resposta inflamatória sistêmica e, consequentemente, piorar o estado materno. O parto em unidade de terapia intensiva torna-se uma alternativa quando não há condição clínica de deslocamento da paciente, apesar de ter associação com maior taxa de infecção e necessidade de adaptação do local para suporte materno e neonatal.

PALAVRA CHAVE

Covid-19. Gestação. Terapia Intensiva. Parto.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças Infecciosas

Autores

Mônica Breta Motta, Annita Martins Rocha Torres, Isabella Vilhena Cerviño, Maria Victoria Do Rego Barros Valle, Rachel Horowicz Machlach, Carolina Carvalho Mocarzel, Leilane Delgado Lota

Adicione na sua agenda: AppleGoogleOffice 365OutlookOutlook.comYahoo