Dados do Trabalho
TÍTULO
Avaliação da remissão espontânea das Neoplasias Intraepiteliais Cervicais grau II em mulheres jovens
OBJETIVO
Avaliar a taxa de regressão espontânea da Neoplasia Intraepitelial Cervical grau II (NIC II) através de conduta expectante.
MÉTODOS
Realizou-se um estudo de coorte retrospectivo, onde foram avaliadas, a partir de prontuário, mulheres referenciadas ao serviço de colposcopia entre 2012 e 2016, com diagnóstico histopatológico de NIC II, sendo incluídas as mulheres com idade menor ou igual a 30 anos. Pacientes com graus de NIC maiores, testes inconclusivos, imunocomprometidas ou ausência de informações referentes ao diagnóstico no prontuário foram excluídas. 73 pacientes estudadas foram divididas em 2 grupos de acordo com o manejo, no primeiro grupo 47 foram submetidas a vigilância ativa, já no segundo, em 26 pacientes foi realizada a intervenção cirúrgica, por conização. Essa seleção foi realizada de acordo com o manejo indicado pelo médico assistente a partir da avaliação do tamanho do cérvix e da lesão, extensão glandular e achados citológicos e colposcópicos. Essas pacientes foram acompanhadas por colposcopia e citologia semestralmente por 3 anos, para avaliação da lesão. No caso de progressão da lesão, as pacientes foram abordadas cirurgicamente. Foi realizada também a avaliação da relação entre perfil pessoal, obstétrico e sexual das pacientes, com o prognóstico. Para isso, foram calculadas as frequências percentuais e construídas as respectivas distribuições de frequência. Foi aplicado, ainda, o teste Qui-quadrado para avaliar a homogeneidade para comparar a distribuição dos fatores entre os dois grupos. Nos casos em que as suposições dos teste foram violadas, aplicou-se o teste Exato de Fisher. O alfa do estudo foi definido em 5%.
RESULTADOS
Dentre as pacientes submetidas a conduta expectante a maioria regrediu espontaneamente (70,2%) (p=0.006). O não uso de anticoncepcionais orais (ACO) (83,3%) e pacientes nuligestas (85,7%) apresentaram uma maior regressão entre as pacientes com conduta expectante, apresentando relevância estatística (p<0,05).
CONCLUSÕES
Com base na taxa de regressão após conduta expectante, percebe-se que o manejo conservador parece ser viável para as mulheres com diagnóstico de NIC II com idade inferior ou igual a 30 anos, especialmente as nuligestas e que não fazem uso de ACO. Isso pode acarretar em uma redução no número de procedimentos cirúrgicos e possíveis complicações, como desfechos obstétricos desfavoráveis.
PALAVRA CHAVE
Remissão espontânea; Conduta Expectante; Neoplasia Intraepitelial Cervical.
Área
GINECOLOGIA - Patologia do Trato Genital Inferior
Autores
Bruna Bastos Gonçalves, Henrique Guimarães Barbosa Coelho, Maria Layane Fernandes de Oliveira, Marilea De Lima Guimarães, Agostinho De Sousa Machado Júnior