59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

Síndrome de Stevens-Johnson em gestante portadora de toxoplasmose gestacional: um relato de caso

CONTEXTO

A síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) é uma reação imune mucocutânea, que pode ser potencialmente fatal, quando complicada. Acomete 2 casos a cada um milhão de pessoas/ano, sendo raro sua descrição em gestantes na literatura. Seu diagnóstico é basicamente clínico, e, tem como principal desencadeador, o uso de medicamentos.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Primigesta, 15 anos, admitida com 28 semanas de gestação, em setor hospitalar COVID devido quadro de mal estar, cefaleia, febre, coriza, tosse e conjuntivite mucopurulenta de início há 10 dias. Além de lesões eritematosas difusas, predominantemente em região de tronco e cabeça, de caráter pleomórfico, com pápulas, vesículas e bolhas associado a regiões eritematosas confluentes e lesões ulcerosas dolorosas em genitália e cavidade oral.
Estava em uso de Sulfadiazina, Pirimetamina e Ácido folínico há 15 dias, devido toxoplasmose aguda gestacional, onde estava em acompanhamento no pré natal de alto risco. Apresentava vacinas em dia e desconhecia comorbidades ou alergias prévias.
A paciente foi internada em unidade de terapia intensiva e suspenso tratamento tríplice, com remissão importante do quadro cutâneo após 20 dias. No entanto, próximo a programação da alta, a mesma evoluiu com eclâmpsia com necessidade de resolução da gestação.

COMENTÁRIOS

A infecção aguda pelo Toxoplasma gondii na gestação pode levar a sérios comprometimentos fetais, sendo o tratamento precoce indicado com o objetivo de reduzir /evitar a transmissão vertical ao concepto. No entanto, assim como a Sulfadiazina é a droga de escolha para esse tratamento, ela também está entre os principais medicamentos causadores da SSJ.
Esta rara síndrome tem uma fase aguda que dura 8-12 dias, caracterizada por febre, descamação epidérmica e lesões graves de mucosas. Podem apresentar complicações graves devido descolamento epidérmico extenso com grande perda de fluidos, distúrbios hidroeletrolicos e choque hipovolêmico, além de infecções secundárias associadas.
A retirada imediata de agentes potencialmente causadores, frente sua suspeita diagnóstica, é a primeira etapa do tratamento. Com taxa de mortalidade em torno de 25%, esses pacientes requerem avaliação hospitalar imediata e estratificação de gravidade para adequado tratamento de suporte. O seu manejo requer abordagem por equipe multidisciplinar e em um ambiente adequado, como unidade intensiva ou de queimados, a fim de se evitar as principais causas de morte dessa síndrome: sepse e síndrome do desconforto respiratório agudo.

PALAVRA CHAVE

Stevens-Johnson, toxoplasmose gestacional, farmacodermia

Área

OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral

Autores

MANUELA PEREIRA DIAS LOPES, DENISE MARIA BARBOSA TAVARES

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