Dados do Trabalho
TÍTULO
Púrpura Trombocitopênica Imune em Gestante de Alto Risco: Relato de Caso
CONTEXTO
A púrpura trombocitopênica imune (PTI) é um tipo de trombocitopenia que pode acometer gestantes, desencadeada por uma resposta imune que produz anticorpos antiplaquetários, cujo diagnóstico se dá por uma contagem baixa de plaquetas no primeiro trimestre e que declina no decorrer da gestação. Devido ao comprometimento da cascata de coagulação, a PTI aumenta o risco de hemorragias em lesões e em um parto cirúrgico, principalmente em gestantes de alto risco. Este trabalho tem como objetivo relatar o caso de PTI em uma gestante portadora de diabetes mellitus gestacional (DMG) tratado com imunoglobulina intravenosa (IgIV) que resultou em um desfecho favorável.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
Paciente do sexo feminino, 34 anos, gesta 3 para 1 aborto 1, portadora de DMG sem controle adequado, apresentou quadro de plaquetopenia importante (75.000 plaquetas/mm3), sem antecedentes, com menor valor de 33.000/mm3 com 30 semanas e 2 dias de gestação, sem sinais de síndrome HELLP e de microangiopatia. Pela expressiva redução do valor plaquetário, e exclusão de outras causas comuns de plaquetopenia, confirmou-se o diagnóstico de PTI. Foi submetida à internação com 36 semanas e 3 dias para controle da glicemia, sendo iniciada IgIV (17 frascos de 50 mL contendo 5 gramas cada) dois dias antes do parto, já que a resposta temporal à corticoterapia seria impossibilitada pela programação de interrupção da gestação. Houve aumento relativo de plaquetas (89.000/mm3 um dia antes do parto), realizando-se cesárea devido termo e diabetes gestacional com repercussão fetal, apesar de insulinoterapia. Nascimento de recém-nascido vivo, chorou ao nascer, apresentando plaquetometria de 76.000/mm3 no quinto dia após o parto.
COMENTÁRIOS
A PTI na gestação aumenta a morbimortalidade perinatal, com aumento do risco de hemorragia pós-parto e descolamento prematuro da placenta, além de trombocitopenia neonatal (<150.000/mm3). As contagens de plaquetas devem ser mais frequentes no terceiro trimestre para assegurar níveis satisfatórios de plaquetas no periparto. A via de parto é de indicação obstétrica e a contagem plaquetária deve ser mantida, preferencialmente, acima de 50.000/mm3. O tratamento inicia-se com corticosteroides e imunoglobulina intravenosa na primeira linha, ajustando até que se atinja contagem de plaquetas hemostaticamente efetiva.
PALAVRA CHAVE
Púrpura Trombocitopênica
Área
OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco
Autores
Maryane Leal Lopes, Beatriz Gomes da Fonseca, Bianca Garcia Sardi, Matheus Gonçalves Santos, Marina Deorce de Lima, Edna Fernanda Galvani Falqueto, Carolina Loyola Prest Ferrugini