59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

TENTATIVAS DE SUICÍDIO POR INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSA EM GESTANTES: PERFIL EPIDEMIOLOGICO

OBJETIVO

Este trabalho visa analisar a epidemiologia das tentativas de suicídio por intoxicação exógena medicamentosa em gestantes e traçar um perfil epidemiológico e biopsicossocial dessas, para assim identificar pacientes de risco ao suicídio e propor medidas de prevenção para modificar a grave estatística no estado.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal analítico, com revisão de prontuários sobre casos de tentativa de suicídio por intoxicação exógena, em gestantes atendidas em centro de referência de toxicologia. A pesquisa foi aprovada em Comitê de Ética e Pesquisa. Analisou-se atendimentos de 01 de janeiro de 2017 a 31 de dezembro de 2020. Dados coletados: idade, trimestre gestacional, substâncias utilizadas, número absoluto de casos e tempo de internamento. Incluiu-se na pesquisa pacientes maiores de 14 anos, de intoxicações exógenas por tentativa de suicídio. Excluiu-se fichas incompletas em mais de 25% dos dados pesquisados e de intoxicações sem ideação suicida. Realizou-se análises estatísticas, considerando significância estatística de 5%.

RESULTADOS

No período identificou-se 5639 pacientes vítimas de tentativa de suicídio por intoxicação exógena, sendo 3715 (65%) do sexo feminino, e dentre essas, 63 gestantes. Houve predomínio de tentativas no 1° semestre gestacional (42,8%), na faixa dos 20-29 anos (52,4%). Fármacos mais utilizados: paracetamol (15%) e fluoxetina (9,7%). Com relação à idade, a maior parte está na faixa dos 20-29 anos (52,4%), sendo a dos 14-19 anos (27%) a segunda de maior incidência. O período de internamento variou entre 0-6 dias, (maioria submetida a 1 dia de internamento - 34,9%). Com relação à gravidade, 70% das pacientes foram admitidas em um quadro toxicológico leve, 19% moderados e 11% graves.

CONCLUSÕES

Concluiu-se que as tentativas de suicídio em gestantes são mais frequentes dos 20-29 anos no primeiro trimestre, com medicações de fácil acesso, estadiamento de gravidade leve e média de internamento de 1 dia. Baseado nesses dados, concluiu-se que a taxas de tentativas de suicídio nesse grupo não são irrisórias e merecem, portanto, maior atenção dos Obstetras e da Comunidade Médica em geral. Como medida de saúde pública, propõe-se introduzir ferramentas de "screening" para doenças psiquiátricas no pré-natal, com o intuito de diagnóstico e intervenção precoce, prevenindo-se um desfecho catastrófico, como é uma tentativa de suicídio.

PALAVRA CHAVE

SUICIDIO; GESTANTES; INTOXICAÇÃO EXÓGENA

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia

Autores

Fernanda Villar Fonseca, Felipe Bratfisch, Bruno Antunes Silva, Jose Alvino dos Santos Junior, Daniel Emilio Dalledone Siqueira

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