Dados do Trabalho
TÍTULO
Gestação em portadora de Síndrome de Cimitarra: relato de caso
CONTEXTO
A Síndrome de Cimitarra(SC) é uma má formação cardiopulmonar congênita e rara, associada a hipoplasia pulmonar direita, dextrocardia, irrigação e drenagem anômala do pulmão direito. Sintomatologia varia conforme faixa etária, em adultos apresentação costuma ser leve a moderada. Todavia, mulheres portadoras ao gestarem tendem a descompensar quadro devido as modificações fisiológicas da gravidez. Dentre as mudanças previstas na gestante, podemos destacar: aumento do débito e frequência cardíaca, diminuição da pressão capilar pulmonar e coloidosmótica; redução da resistência vascular sistêmica e retorno venoso. Dessa maneira, associação da SC e gestação apresenta alto risco de complicações.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
ETVG, 23 anos, G1P0A0, asmática, obesa grau III e portadora de SC. Iniciou pré-natal no segundo trimestre, acompanhamento foi realizado em conjunto por obstetra, cardiologista, pneumologista e nutricionista. Devido patologia de base, foram solicitados exames complementares: angio-TC, demonstrando aumento moderado de ventrículo direito; e ecocardiograma transesofágico, com drenagem anômala parcial da veia pulmonar em veia cava inferior, hipertensão arterial pulmonar em grau discreto, insuficiência tricúspide e pulmonar discretas. Pelos resultados obtidos, foi iniciado antiagregante plaquetário e inibidor da 5-fosfodiesterase com 25 semanas de gestação. A gestação evoluiu sem intercorrências e com boa vitalidade fetal, sendo interrompida através de parto cirúrgico com 37 semanas de idade gestacional.
COMENTÁRIOS
Síndrome de Cimitarra confere alto risco gestacional para suas portadores. As suas alterações cardíacas e/ou pulmonares podem agravar devido mudanças previstas na gravidez, como foi caso da paciente estudada ao desenvolver hipertensão pulmonar. Entretanto, paciente foi devidamente tratada e gestação chegou ao termo sem intercorrências. No Registro de Gravidez e Doenças Cardíacas, a doença cardíaca congênita foi a forma mais prevalente de doença cardíaca estrutural(57%) presente na gestação. Dessa maneira, é evidente a importância para o cotidiano do obstetra conhecer tais patologias, para que apesar do alto risco, gestar seja uma possibilidade segura para essas mulheres.
PALAVRA CHAVE
Síndrome de Cimitarra, gestação de alto risco
Área
OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco
Autores
Isnara de Sá Leitão Pinheiro de Gouveia, Bárbara de Almeida Duarte, Laissa Wane Cavalcante Rebouças, André Marques Paulino de Araújo, Rodrigo Marinho Coelho de Medeiros, Henrique José Moreira Barbosa, Lorena de Morais Vitoriano, Karen Beatriz Pires Gurgel