59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

RADIOFREQUÊNCIA TRANSVAGINAL NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA: DADOS DE UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

OBJETIVO

Avaliar a eficácia do uso da radiofrequência transvaginal na redução das perdas urinárias e qual o impacto desta terapêutica na melhora da qualidade de vida das pacientes com incontinência urinária.

MÉTODOS

Ensaio clínico randomizado, realizado em um ambulatório de ginecologia, no qual foram incluídas mulheres pós menopáusicas que apresentavam incontinência urinária. As participantes foram randomicamente divididas em dois grupos: controle (GC) e intervenção (GI). Todas foram orientadas a realizar mudanças comportamentais e a realizar o exercício de reforço da musculatura pélvica domiciliar diariamente. O GC recebeu o transdutor de radiofrequência transvaginal desligado. O GI recebeu o transdutor ligado. As pacientes foram cegadas. Os grupos foram avaliados através do questionário de qualidade de vida relacionado à incontinência urinária (ICIQ-SF) e diário miccional de três dias para quantificação das perdas, todos pré e pós intervenção. O tratamento foi realizado uma vez por mês, durante três meses. A reavaliação ocorreu após 30 dias do término do tratamento. Os dados foram analisados através do Software SPSS com frequências, médias, desvios padrões e teste t de Student.

RESULTADOS

27 pacientes concluíram a terapia, 15 no grupo controle e 12 no grupo intervenção. A média de idade foi 58,9±5,4 anos e 63,9% da amostra não perdeu urina no exame físico. Não houve diferença estatística entre o perfil sociodemográfico das pacientes. Ambos os grupos apresentaram melhora no escore do ICIQ-SF e redução no número de episódios de incontinência aos esforços no diário miccional após o tratamento, não havendo diferença estatística entre eles. O parâmetro noctúria, quando avaliado isoladamente, apresentou melhora estatisticamente significativa apenas no GI (3,4±1,8 para 2,0±2,3, p< 0,02).

CONCLUSÕES

A radiofrequência transvaginal não demonstrou superioridade em relação ao tratamento conservador para os sintomas de incontinência urinária no número de perdas total do diário miccional e na avaliação da qualidade de vida. Entretanto, observou-se uma melhora dos sintomas de noctúria no grupo que realizou a RF com o transdutor ligado, podendo ser um tratamento promissor, principalmente para a redução deste sintoma especificamente. Este achado pode estar relacionado a remodelação tecidual local, secundária ao tratamento e pode ser uma opção interessante, especialmente para pacientes idosas, com restrições aos tratamentos existentes.

PALAVRA CHAVE

radiofrequência

Área

GINECOLOGIA - Uroginecologia

Autores

Nadiessa Dorneles Almeida, Luisa Braga Jorge, Lucas Schreiner, Thaís Guimarães dos Santos, Rodolfo Herberto Schneider, Fernanda Mariana Scherer, Carolina Hoeser Cardoso

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