59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

DISGERMINOMA METASTÁTICO E GRAVIDEZ A TERMO

CONTEXTO

O Disgerminoma é a neoplasia maligna do ovário, originada de células germinativas e representa 1 a 3 % dos tumores malignos do ovário, sendo mais frequente em adolescentes e mulheres jovens. Estão associados a atividades hormonais ou enzimáticas e aos marcadores séricos de Alfa-feto-proteina (AFP),Gonadotrofina coriônica (hCG) ou Desidrogenase láctica (DHL). Tem crescimento rápido, unilaterais e quimiossensíveis. O quadro clinico inclui dor abdominal, irregularidade menstrual, dismenorréia e distensão abdominal. O tratamento é realizado de acordo com o estadiamento. Se inicial, é realizado a Salpingooforectomia unilateral + estadiamento cirúrgico e pode ser complementado com quimioterapia adjuvante. A patologia apresenta alta taxa de recorrência antes dos 20 anos de idade. E a sua incidência na gravidez é de 0,2 a 1 para cada 100.000 mulheres grávidas e pode levar a restrição do crescimento fetal intrauterino, aborto espontâneo e gravidez ectópica.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente R.G.N, 23 anos, G2Pc2A0, apresentou em 2016, durante a sua primeira gravidez aos 18 anos, quadro clínico compatível com tumor de ovário com caracteristicas de malignidade, sendo realizado a ooforectomia para o diagnóstico histopatológico durante a cesárea, realizada com 32 semanas devido ao crescimento rápido e volume tumoral. O laudo histopatológico confirmou a suspeita de Disgerminoma ovariano com metástase para linfonodos loco-regionais. O tumor media 13,0 x 10,0 x 10,5 cm e a microscopia evidenciou tumor de linhagem germinativa. Após o tratamento cirúrgico a paciente permaneceu em acompanhamento médico no Centro de Oncologia da cidade, onde em 2017 ao realizar exames de controle foi identificado pela RM ( Ressonância Magnética) pélvica foi identificado aparecimento de nova lesão no ovário contra-lateral, indicando recidiva. A imuno-histoquímica confirmou lesão metastática com comprometimento de ovário e colón sigmóide, sendo realizada nova laparotomia para ressecção da massa tumoral, em 2018. Foi sugerido o tratamento complementar com quimioterapia, que não foi aceito pela paciente pois no período determinado para o início do tratamento foi descoberto gravidez de 12 semanas. Em 25/06/2021, foi submetida a uma cesareana com 39 semanas, com grandes dificuldades técnicas.

COMENTÁRIOS

O caso descrito chama atenção por sua evolução, diagnóstico e recidiva durante os dois períodos gestacionais da paciente, e cursou com bilateralidade, e metástases regionais.

PALAVRA CHAVE

Disgerminomas, tumores ovarianos, câncer e gravidez, tumores malignos do ovário.

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Patricia Leite Brito, Letícia Ingrid Ramos Rossy, Milena da silva Galúcio

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