59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

HIPERANDROGENISMO GRAVE POR HIPERTECOSE OVARIANA: UM RELATO DE CASO

CONTEXTO

A hipertecose ovariana (HTO) refere-se à presença de ninhos de células da teca luteinizadas no estroma ovariano, aumentando a produção androgênica, sendo um importante diagnóstico diferencial de hiperandrogenismo em mulheres, especialmente na pós-menopausa.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Feminina, 64 anos apresentava alopecia e hirsutismo há 36 anos. Relatava que após a menopausa (aos 52 anos) notou aumento do tamanho do clitóris.
Ao exame físico: IMC 30,7, escala Ferriman: 25, clitóris de 4,5 cm
Exames laboratoriais: LH 18,6 mIU/ml, FSH 38,5 mIU/ml, estradiol 56,2 PG/ml, 17OHP: 310 ng/dl, testosterona: 760 ng/dl, androstenediona: 205 ng/dl, DHEA 59,2 ug/dl, teste oral de tolerância à glicose: 84 mg/dl em jejum e 168 mg/dl após 2 horas.
Ao ultrassom transvaginal: útero anteversofletido com volume de 63,1 cm3, endométrio de 3 mm. Ovário direito: volume de 5,7 cm3, sem modificações de ecogenicidade ou fluxo de Doppler. Ovário esquerdo: 9 cm3, sem modificações de ecogenicidade ou de fluxo ao Doppler.
Tomografia de abdome e pelve: Discreto espessamento regular das glândulas adrenais sugerindo hiperplasia.

Realizada salpingooforectomia bilateral videolaparoscópica. Ao inventario da cavidade, observado ovários de tamanho aumentados para a idade porem sem alterações macroscópicas.
Ao anatomopatológico da peça cirúrgica: ovário direito e esquerdo apresentando hipertecose estromal, sem sinais de malignidade.
Após a cirurgia, a paciente apresentou melhora dos sinais clínicos de hiperandrogenismo com redução dos pelos e crescimento dos cabelos e normalização dos exames laboratoriais após 2 meses.

COMENTÁRIOS

Em mulheres na pós-menopausa com virilização ou hiperandrogenismo grave (testosterona >150 ng/dl), temos 2 importantes diagnósticos diferenciais que devem ser investigados. A hipertecose ovariana geralmente cursa com aumento no volume ovariano, obesidade, resistência à insulina e uma progressão mais lenta dos sintomas. Os tumores ovarianos e adrenais secretores de andrógeno são mais raros e apresentam maiores concentrações séricas de testosterona, além de tumores adrenais poderem ter síndrome de Cushing e aumento de DHEA associados. Os exames laboratoriais e de imagem são extremamente importantes para o diagnóstico e tratamento.
O tratamento de escolha para a maioria das mulheres na pós-menopausa com provável OHT é a salpingooforectomia laparoscópica bilateral, que fornece uma solução definitiva para o hiperandrogenismo e para confirmar o diagnóstico pela histologia.

PALAVRA CHAVE

Hipertecosa ovariana; Hiperandrogenismo;

Área

GINECOLOGIA - Endocrinologia Ginecológica

Autores

Yasmin Rajab, Thainá Portilho Martins, Gabrielle Barbosa Anelli, Marina Ignácio Gonzaga, Clara Martinuze Martins, Helmer Herren, Julio Cesar Rosa Silva

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