59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

RUPTURA DE ABSCESSO TUBO-OVARIANO EM PUERPÉRIO IMEDIATO DE PARTO VAGINAL GEMELAR – RELATO DE CASO

CONTEXTO

A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é caracterizada por inflamação do trato genital superior, apresentando-se como endometrite, salpingite e, em alguns casos, abscesso tubo-ovariano. É um processo polimicrobiano, com participação de patógenos como Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, Gardnerella vaginalis e anaeróbios diversos. Durante a gestação, o desenvolvimento de abscesso tubo-ovariano é um evento raro, dada a fisiopatologia ascendente desta entidade infecciosa e os mecanismos de barreiras desenvolvidos durante essa fase da vida reprodutiva. Entretanto, quando o processo se desenvolve de forma insidiosa, pode resultar em desfechos negativos, como abortamento, ruptura prematura das membranas fetais pré-termo, trabalho de parto prematuro, sepse materna e neonatal.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Gestante de 28 anos, 25 semanas de gestação, sem ter realizado ultrassonografia durante o pré-natal, união estável, secundigesta, parto vaginal prévio, deu entrada no serviço de urgência com dor em baixo ventre e evoluiu rapidamente para parto vaginal gemelar. Idade gestacional estimada pelo Escore de New-Ballard compatível com 31 semanas. Após 12 horas do parto, apresentou taquicardia, febre, hipotensão e defesa à descompressão brusca de abdome. Os exames laboratoriais demonstraram leucocitose com desvio à esquerda e proteína C-reativa aumentada. A tomografia de abdome apresentou sinais de grande quantidade de líquido livre em cavidade por possível processo infeccioso pélvico. Realizada abordagem cirúrgica, com comprovação do diagnóstico de ruptura de abscesso tubo-ovariano e peritonite purulenta. Devido à extensão do processo infeccioso e atonia uterina, realizada histerectomia, salpingectomia bilateral e ooforectomia esquerda. Paciente recebeu alta após 10 dias de antibioticoterapia venosa de amplo espectro.

COMENTÁRIOS

Embora sejam raros durante o ciclo gravídico-puerperal, a DIP e o consequente abscesso tubo-ovariano devem ser considerados como diagnósticos diferenciais de dor pélvica. Na gestação, os casos de DIP não associada a abscesso devem ser tratados com antibioticoterapia via parenteral em regime hospitalar. Na presença de abscesso, no entanto, a abordagem cirúrgica é indicada. Seu diagnóstico e tratamento precoce durante a gravidez são essenciais para evitar desfechos materno-fetais desfavoráveis de forma a prevenir complicações como prematuridade, corioamnionite, e como no caso apresentado, morbidade materna grave.

PALAVRA CHAVE

Gestação, doença inflamatória pélvica, abscesso tubo-ovariano

Área

OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral

Autores

Joyce Assis Vieira, Giovanna Veneziani Zulietti, Gabriela Cristine Queiroz Maria, Stephanie Chagas Feitosa

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