59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

SÍFILIS MATERNA E CONGÊNITA NO BRASIL

OBJETIVO

Apresentar a taxa de detecção e o perfil de sífilis materna e de sífilis congênita no Brasil.

MÉTODOS

Estudo ecológico com análise de dados coletados do Sistema de Informações em Saúde (TABNET) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre sífilis materna e congênita no Brasil no período de 2010 a 2019.

RESULTADOS

Nos 10 anos do estudo foram registrados 332.860 casos de sífilis em gestantes e 175.381 casos de sífilis congênita em menores de um ano. Tanto a sífilis materna quanto a sífilis congênita apresentaram um aumento gradativo dos casos notificados no período em estudo. A taxa de detecção de gestantes com sífilis e de sífilis congênita em menores de um ano para cada 1.000 nascidos vivos foi de 3,5 e 2,4 em 2010, chegando a 21,5 e 9,0 em 2018 e 20,8 e 8,2 em 2019, respectivamente. Detalhando os casos de sífilis materna de acordo com a faixa etária identificamos: ≤ 19 anos (26,3%), de 20 a 29 anos (52,8%), de 30 a 39 anos (18,9%) e ≥ 40 anos (2,0%). Quanto ao grau de escolaridade materna: nenhuma ou menos de 3 anos (4%), de 4 a 7 anos (17,4%), de 8 a 11 anos (51,4%) e de 12 anos para mais (25,6%). Em relação ao estado civil: casada (40,1%), solteira (39,1%) e união consensual (18,3%). Nos casos de sífilis congênita, 79,2% das gestantes realizaram o pré-natal. Foi observado ainda um aumento gradativo do diagnóstico materno de sífilis no pré-natal nas fases latentes e no 1º trimestre, no decorrer dos anos do estudo. O tratamento materno foi considerado inadequado em 55,2% e adequado em somente 4,4%, e não realizado em 28,5%.

CONCLUSÕES

A sífilis materna apresentou um aumento dos casos notificados nos últimos 10 anos e como consequência houve um aumento dos casos de sífilis congênita. Apesar da maior frequência do diagnóstico de sífilis materna no pré-natal, nas fases latentes e no 1º trimestre gestacional, o tratamento adequado foi pouco frequente, sinalizando fragilidades na assistência pré-natal, visto que o mesmo não foi eficaz na prevenção da ocorrência da sífilis congênita.

PALAVRA CHAVE

sífilis; gravidez; sífilis congênita; epidemiologia.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças Infecciosas

Autores

Amanda Maués Ramos, Ilka Lorena de Oliveira Farias Costa, Ana Paula Oliva Reis, Sérgio Beltrão de Andrade Lima, Daniele Socorro de Brito Souza Paiva

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