Dados do Trabalho
TÍTULO
FISIOTERAPIA REMOTA NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA COVID19
CONTEXTO
A incontinência urinária é definida como a perda involuntária de urina, com prejuízos psicológicos, sociais e funcionais sendo a Fisioterapia padrão ouro no tratamento conservador dessa condição. As terapias em grupo, pelo caráter social, são propostas viáveis para reduzir a carência assistencial além de promover autonomia e integração. Considerando a importância em garantir continuidade no tratamento durante o período de isolamento social, o presente estudo abordou série de relatos de casos atendidas em grupo em teleatendimento.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
Trata-se de um estudo série de casos com 5 mulheres, idade média de 42 anos, perdas urinárias aos esforços e urgência, avaliadas pela Plataforma Forms quanto a qualidade de sono (PSQI), desempenho sexual (FSFI) e percepção corporal (BIS). A intervenção consistiu em 10 sessões de teleatendimento fisioterapêutico semanal, de forma síncrona, em grupo pela plataforma Zoom, com duração de 45 minutos. Os exercícios eram explicados previamente por um vídeo educativo, envolvendo inicialmente alongamentos, exercícios respiratórios seguidos de fortalecimento de grandes grupos musculares associado a treinamento cinesioterapêutico da musculatura do assoalho pélvico. As atividades aeróbicas eram estimuladas com a marcha estacionária, plantiflexão, agachamentos associados a exercícios de coordenação motora/equilíbrio, finalizados com técnicas de relaxamento e respiração. Pela proposta não foi observado alteração na qualidade de sono, porém, clinicamente elas relatavam se sentir mais tranquilas, identificado pela melhora nas variáveis Latência e Duração do Sono; quanto ao desempenho sexual observou piora nos escores, somente as variáveis Desejo e Excitação melhoraram. Já a percepção corporal, 20% apresentavam sofrimento intenso com a imagem, o que não foi demonstrado após a intervenção.
COMENTÁRIOS
Apesar das liberações para o teleatendimento, limitações são ressaltadas em função da difícil adaptação à linguagem digital, dificuldade na avaliação e acompanhamento. O momento sanitário trouxe o isolamento social e em conjunto alterações nas dinâmicas familiares, justificando pioras nas qualidades de sono e sexual. Apesar de não ter apresentado resultados positivos nos instrumentos aplicados, percebe-se a necessidade em garantir a assistência, permitindo assim trocas de experiências e empoderamento a essas mulheres junto a sua saúde, identificada pela melhora da percepção corporal relatada por elas.
PALAVRA CHAVE
Incontinência Urinária, Fisioterapia, COVID-19, Telemonitoramento
Área
GINECOLOGIA - Uroginecologia
Autores
Marcelo Antonini, Thais Ardessore, Bárbara Valente de Oliveira, Sophia Beraldi Boscolo, Isabela Sousa Morais, Gisela Rosa Franco Salerno