59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MULHER E O PERFIL DO AGRESSOR

OBJETIVO

Avaliar o perfil dos agressores de mulheres vítimas de violência sexual de um serviço de referência do norte do Brasil.

MÉTODOS

Estudo retrospectivo, transversal, descritivo e quantitativo, realizado a partir de dados secundários do banco de dados de um serviço de referência ao atendimento de mulheres vítimas de violência sexual, em uma capital do norte do Brasil, atendidas de 01/19 a 12/20. Os critérios de inclusão foram ter as informações completas sobre o caso, e atendimento iniciado na instituição, os critérios de exclusão foram dados incompletos e pacientes oriundas de outras instituições. As variáveis estudadas foram idade da vítima, procedência, local da agressão, identidade do agressor, tipo de relação com o agressor, tipo de atendimento recebido, e se a agressão resultou em gravidez. Foi elaborado um questionário pelo Google Forms para preenchimento das respostas e elaborados gráficos e tabelas com os resultados, na própria plataforma e em planilha do Excel 2007, para visualização.

RESULTADOS

A idade das vítimas variou de 3 a 65 anos. Com relação á distribuição quanto a faixa etária, das 223 respostas 35,4% tinham entre 21 a 30 anos, 29,6% de 15 a 20 anos e 17,9% até 14 anos. Quanto a procedência das vítimas 94,1% eram da capital e as demais do interior do estado. Quanto ao local da agressão 51,1% ocorreu na residência da vítima, 14,8% em via pública, 10,3% na residência do agressor, 9% em outros locais. Quanto a identidade do agressor 51,6% não era conhecida, 21,5% era parente da vítima e em 26,9% eram amigos ou vizinhos. Dos agressores conhecidos a identidade deles ficou assim distribuída: 8 (18,2%)tio ou primo, 7 (15.9%) pai, 7 (15,9%) marido ou namorado, 5 (11,3%) padrasto, 4 (9,1%) ex-companheiros, 4 (9,1%) cunhado, 3 (6,8%) avô, e os demais 1 (2,3%) padre, professor e patrão. Com relação ao desfecho da violência, 83 (37,2%) ficaram grávidas, sendo que 6 (7,2%) optaram pelo aborto legal.

CONCLUSÕES

O tema é um grande desafio de saúde pública e uma violação aos direitos da mulher. No Brasil, as taxas elevadas estão relacionadas aos fatores socioeconômicos e culturais, que ainda desqualificam a mulher diante da sociedade. As vítimas são mulheres jovens, que possuem algum tipo de relação com o agressor, o que pode subestimar os números reais de vítimas. As agressões podem resultar em gravidez indesejada, mas poucas mulheres exercem o seu direito ao aborto legal. Faz-se necessário uma maior divulgação ao atendimento especializado á essas vítimas, para minimizar os impactos.

PALAVRA CHAVE

Violência sexual, vitimização, Aborto legal, agressor sexual.

Área

GINECOLOGIA - Sexualidade

Autores

Patrícia Leite Brito, Maria Laura Brunelli Innocente, Bruna de Moura Moraes

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