Dados do Trabalho
TÍTULO
Correlação entre o peso estimado fetal estimado por ultrassonografia e o peso ao nascer e a classificação pós natal em fetos de baixo peso
OBJETIVO
O objetivo do estudo é avaliar a taxa de acerto da ultrassonografia na classificação de fetos pequenos, utilizando os dados do último ultrassom (US) realizado no dia ou no dia anterior ao parto. Avaliou-se, ainda, a taxa de erro da classificação pré-natal em relação à realizada pela pediatria.
MÉTODOS
Efetuou-se a análise do prontuário eletrônico de todas as gestantes que apresentavam fetos com peso estimado fetal (PEF) ou circunferência abdominal abaixo do percentil 10 para a idade gestacional pela tabela Hadlock 4, entre os anos de 2018 e 2020, utilizando a plataforma ASTRAIA®. Foram excluídas as pacientes com dados incompletos, gestações gemelares ou malformações fetais. Totalizando 105 prontuários com essas características. Realizou-se a comparação do PEF ao US e o peso ao nascer e foi avaliado se eram correspondentes com uma tolerância de 15% e 10% para mais ou menos. Depois se comparou com a classificação realizada pela pediatria e a taxa de erro quando o feto não recebia a classificação de pequeno para a idade gestacional (PIG).
RESULTADOS
Dos 105 exames que foram realizados no dia do parto ou no dia anterior, em 96 (91.4%) deles o peso ao nascer foi igual ao peso estimado fetal com uma tolerância de 15% e em 75 (71.4%) o peso ao nascer foi igual ao peso estimado fetal com uma tolerância de 10%. O coeficiente de correlação de spearman entre o peso estimado e o peso ao nascer foi igual a 0.945 (p<0.001).
Considerando-se a tolerância de mais ou menos 15% (96 fetos dos 105), 35 fetos não foram classificados como PIG ao nascer, o que equivale a 36,5% dos 96 fetos. Ao utilizar a tolerância de 10% (75 fetos dos 105), a taxa de erro foi de 42,7% (43 fetos de 75).
CONCLUSÕES
Primeiro, observa-se que a análise ultrassonográfica na avaliação de PEF apresenta uma alta taxa de acerto quando se considera uma tolerância de 15% (91,4%) e apresenta uma redução nessa taxa ao considerar uma tolerância de 10% (71,4%), o que é esperado.
Adicionalmente, nota-se que quanto maior a precisão no resultado do PEF, comparando-se a tolerância de 15% com 10%, há um aumento na taxa de erro na classificação entre as especialidades (36,5% e 42,7%, respectivamente), o que demostra uma possível incompatibilidade de metodologia de classificação entre a obstetrícia e a pediatria.
A descoberta acima mostra que é necessário que haja um diálogo entre as especialidades na classificação pré-natal e pós-natal para que se possa acompanhar melhor os desfechos neonatais e na infância.
PALAVRA CHAVE
PIG, CIUR, PEF, ULTRASSOM
Área
OBSTETRÍCIA - Gestação de Alto Risco
Autores
CAMILA GABRIELE SILVA GAMA, CARLOS HENRIQUE MASCARENHAS SILVA, MELINA CANCADO ARAUJO FARIA, FERNANDA MAGALHÃES MENICUCCI, JAQUELINE DEZORDI DA SILVA ANTONELLI, RAQUEL PINHEIRO TAVARES, JOSÉ TÁCIO GODINHO