Dados do Trabalho

TÍTULO

Resultados perinatais da primeira gravidez após quimioterapia para neoplasia trofoblástica gestacional. Revisão Sistemática e Metanálise

OBJETIVO

Avaliar os resultados perinatais da primeira gestação após a remissão da neoplasia trofoblástica estacional (NTG), bem como o impacto do tempo entre o final da quimioterapia e a gravidez subsequente.

FONTE DE DADOS

Temas relacionados aos resultados perinatais, quimioterapia e NTG foram usados de forma isolada ou em combinação para que se pudesse identificar artigos relevantes. Foram pesquisadas a EMBASE, LILACS, MEDLINE, Cochrane CENTRAL e Web of Science, até abril de 2019.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Dois revisores selecionados de forma independente fizeram o screening de todas as referências identificadas para a elegibilidade e extração de dados. A qualidade metodológica e o viés dos estudos incluídos foram avaliados usando-se a ferramenta de avaliação da qualidade do estudo para estudos observacionais e transversais do National Institutes of Health. Para a metanálise, as medidas de associação foram calculadas usando-se modelos de efeitos aleatórios bivariados. O viés de publicação foi avaliado por inspeção visual do gráfico de funil ou teste de Egger, de acordo com o número de artigos incluídos. Para todas as análises, um valor de p<0,05 indicou a significância estatística. Este estudo foi registrado na PROSPERO (CRD42018116513).

COLETA DE DADOS

Dois pesquisadores independentes avaliaram todos os títulos e resumos para a triagem inicial dos estudos. Um terceiro autor julgou qualquer discrepância. Todos os artigos selecionados foram lidos na íntegra para avaliar a elegibilidade dos estudos, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão e para serem considerados na revisão sistemática. Os pesquisadores extraíram todos os dados dos artigos recuperados, de forma independente, usando uma folha de extração de dados padronizada

SÍNTESE DE DADOS

Um total de 763 estudos foram identificados e 23 originais estudos foram incluídos na revisão sistemática e na metanálise. Os dados mostraram incidência de 15,28% de aborto (IC 95%: 12,37-18,74, I 2 = 73%), 3,30% de malformação (IC de 95%: 2,27-4,79, I 2 = 31%), 6,19% de prematuridade (IC de 95%: 5,03-7,59, I2 = 0) e 1,73% de natimortos (IC 95%: 1,17-2,55, I 2 = 0%). Não foram influenciados pelo tempo entre o final da quimioterapia e a subsequente gravidez: malformação (p = 0,14, I 2 = 31%), prematuridade (p = 0,46, I 2 = 0) e natimorto (p = 0,66, I 2 = 0), exceto para aborto (p <0,01, I2 = 73%).

CONCLUSÕES

A quimioterapia para GTN não parece aumentar a chance de desfecho perinatal desfavorável, exceto pela maior ocorrência de aborto, quando a gravidez ocorre ≤6 meses após a quimioterapia.