59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMOR MISTO DA VAGINA - RELATO DE UM CASO RARO

CONTEXTO

O tumor misto da vagina é um tumor benigno raro, descrito em 1953 por Clarck Brown, composto por células epiteliais ductais e mioepiteliais. Sua histogênese ainda não está esclarecida e os achados histopatológicos e imuno-histoquímicos são importantes na elucidação diagnóstica. A maioria dessas lesões são assintomáticas, detectadas como massas vaginais localizadas acima do nível das carúnculas himenais. Exames de imagem apresentam valor limitado na avaliação e o tratamento é realizado através da exérese do tumor.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente feminina, 39 anos, hígida, procura emergência ginecológica com abaulamento de aproximadamente 3 cm próximo ao introito vaginal, de crescimento percebido nas últimas duas semanas, sem outros sinais ou sintomas associados. Foi afastada a hipótese de bartholinite após aspiração sem sucesso e tumoração sem aspecto cístico; solicitado então encaminhamento para serviço de cirurgia ginecológica. Em intervalo de tempo de 2 meses, a paciente foi reavaliada, mantendo lesão de 3 cm no terço distal da parede vaginal, móvel, bem delimitada e sem contiguidade com mucosa retal. Realizada exploração cirúrgica sob sedação e exérese da lesão com conteúdo de aspecto gelatinoso, enviado ao anatomopatológico, cujo resultado foi “neoplasia pouco diferenciada de células epitelioides/poligonais, baixo índice mitótico, células de citoplasma claro e área de ulceração; limites comprometidos pela lesão”. O estudo imuno-histoquímico caracterizou a amostra como tumor misto da vagina. A paciente foi submetida à ampliação de margens da lesão, com excisão completa e margens livres. Segue em acompanhamento com equipe de cirurgia ginecológica.

COMENTÁRIOS

O tumor misto da vagina é uma condição rara e benigna; representado por lesões pequenas, bem circunscritas, onde atividade mitótica e atipia celular são pouco comuns. Sua origem histológica ainda é obscura, inclusive pelo fato do próprio desenvolvimento embriológico da vagina não ser completamente compreendido. É um tumor de bom prognóstico, com excisão cirúrgica curativa e sem relatos de metástases nos casos já descritos. Ginecologistas e patologistas precisam ter familiaridade com esse raro tumor a fim de evitar diagnósticos incorretos, principalmente com outras lesões vaginais raras de potencial maligno, como angiomixoma agressivo e tumor Mulleriano misto maligno e, assim, adequar o melhor manejo à paciente.

PALAVRA CHAVE

MIXED TUMOR OF THE VAGINA; TUMOR MISTO DA VAGINA; TUMOR DE VAGINA; NEOPLASIA DE VAGINA

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Larissa Giordani Tozzi, Amanda Sica Tortelli, Fabiola Zoppas Fridman, João Pedro Pinheiro Hoefel

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