Dados do Trabalho
TÍTULO
MELANOMA PRIMÁRIO DE VAGINA – RELATO DE CASO
CONTEXTO
Melanomas primários de mucosas são raros, correspondendo a 1% dos melanomas e carregam um pior prognóstico se comparado aos de pele. A região vulvovaginal representa em torno de 18% dos sítios primários desses tumores. Com uma incidência muito baixa, menos de 300 casos estão reportados na literatura. No geral são diagnosticados na 6ª década de vida. Doenças inflamatórias crônicas, infecções virais e fatores genéticos podem implicar fatores de risco. Sangramento vaginal é o sintoma mais comum, além de leucorreia, prurido, dispareunia ou tumoração. São mais comuns na parede anterior e no terço inferior da vagina.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
Paciente feminina, 79 anos, hipertensa, sem demais comorbidades. Encaminhada a serviço de ginecologia com queixa de lesão na vagina e sangramento vaginal há aproximadamente 1 ano. Ao exame físico, visto lesão polipoide lisa de 2cm, avermelhada, com base séssil em parede posterior vaginal, aspecto ulcerado em topo da lesão. Ao toque retal, tocava-se base da lesão em parede anterior do reto, sem aspecto infiltrante. Realizado biópsia na consulta. Ao resultado do anatomopatológico: “Neoplasia maligna pouco diferenciada, com aspecto sugestivo de carcinoma", encaminhado material ao estudo imuno-histoquímico, cujo perfil foi compatível com melanoma primário de vagina. Feito ressonância magnética de pelve, evidenciando lesão em parede posterior do 1/3 inferior da vagina, sem infiltrar planos adjacentes, com plano de clivagem com o reto. Lesão semelhante no meato uretral; sem linfonodomegalia pélvica. Realizado tomografia computadorizada de abdome e tórax, mostrando nódulos pulmonares de até 0,5 cm, sugestivos de implantes neoplásicos secundários. Paciente submetida a cistoscopia, sem lesões em mucosa vesical, apenas lesão polipoide ocupando quase a totalidade do meato uretral. Realizado exérese de lesão vaginal e uretrectomia parcial. Iniciado nivolumabe adjuvante pela equipe oncológica.
COMENTÁRIOS
O melanoma de vagina tem prognóstico sombrio: sobrevida de 5-25% em 5 anos. O tratamento primário é a excisão local se possível. Há apenas estudos limitados sobre o tratamento adjuvante sistêmico em melanomas de mucosa. Em alguns casos a radioterapia está indicada se a ressecção total não for possível. Apesar do tratamento cirúrgico, a maioria irá apresentar metástase a distância. Assim sendo, preferem-se abordagens conservadoras, levando em consideração a qualidade de vida da paciente.
PALAVRA CHAVE
MELANOMA DE VAGINA; MELANOMAS DE MUCOSAS; TUMORES DA VAGINA; NEOPLASIA DE VAGINA
Área
GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica
Autores
Amanda Sica Tortelli, Larissa Giordani Tozzi, João Pedro Pinheiro Hoefel