59º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

Dados do Trabalho


TÍTULO

VIA DE PARTO NO BRASIL DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO DE ROBSON E O PERFIL DA GESTANTE EM 2019

OBJETIVO

O presente estudo propõe a categorização da via de parto de acordo com o perfil da mulher e gestação determinado na Classificação de Robson no ano de 2019 entre as gestantes residentes nas cincos macrorregiões brasileiras. Objetiva-se, ainda, a avaliação da influência de fatores etários, escolaridade e efetividade da assistência pré-natal na ocorrência da via de parto.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, utilizando a base de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) incluindo todos os nascidos vivos nas 5 regiões do Brasil em 2019. Foram coletados os dados: Grupos de Robson, idade materna, grau de instrução e índice de Kotelchuck. Na plataforma foram coletados os números absolutos de partos vaginais e cesáreas em cada variável e calculado a porcentagem representativa de cada uma. Partos com via de realização não informada foram excluídos.

RESULTADOS

Do total de 2.847.293 partos ocorridos e documentados no país no ano de 2019 observou-se a taxa de 56,34% de cesáreas e 43,66% de partos vaginais. O maior índice de partos vaginais foi observado na região Norte, com um total de 52,27%, enquanto a maior incidência de cesárias se concentraram no Centro-Oeste, com 62,41%. Os partos vaginais foram mais frequentes apenas nos grupos ¬de Robson 1 (55,97%), 3 (81,39%) e 4 (51,56%). A cesárea apresentou maior prevalência em todos os demais grupos, destacando-se os grupos 5 (85,22%), 6 (91,93%), 7 (88,53%), 8 (84,52%) e 9 com 97,41% de cesáreas. Em relação a faixa etária, observou-se o índice de 63,92% de cesáreas realizadas em mulheres entre 25 e 59 anos. Índices de cesáreas foram diretamente proporcionais ao nível de instrução, com prevalência de 76,53% entre mulheres que possuíam ≥12 anos de estudos, contra apenas 27,98% de cesáreas entre as mulheres que não possuíam nenhum grau de instrução. No que diz respeito ao índice de Kotelchuck, verificou-se maior prevalência de cesáreas realizadas em mulheres assistidas por um melhor acompanhamento pré-natal, revelando-se um índice de 25,39% de cirurgias cesarianas em gestantes sem pré-natal contra 61,75% em mulheres que realizaram um pré-natal considerado mais que adequado pelo índice de Kotelchuck.

CONCLUSÕES

Em 2019, as taxas de cesáreas no Brasil predominaram e excederam consideravelmente o limite preconizado pela OMS. No perfil da gestante submetida à cesárea destacam-se os grupos 2 e 5 de Robson, maior escolaridade, idade ≥25 e melhor qualidade do pré-natal.

PALAVRA CHAVE

Cesárea, Parto Normal, Parto Obstétrico.

Área

OBSTETRÍCIA - Obstetrícia Geral

Autores

HELOISE GABRIELA DIAS BARBOSA, LUCAS RICHARTZ SANTANA, ROSELY NORONHA SANTOS BIANCO

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